Por Rodrigo Daniel Silva
Com a deputada federal Alice Portugal
(PCdoB) disputando à prefeitura de Salvador, a esquerda soteropolitana
amargou o pior resultado dos últimos 20 anos. A comunista teve no pleito
deste ano apenas 14,55% dos sufrágios.
Na capital baiana, a esquerda nunca teve
uma votação abaixo de 20%. Mesmo em 2004, quando houve um racha e os
candidatos Nelson Pelegrino (PT) e Lídice da Mata (PSB) competiram pela
prefeitura de Salvador, o petista teve 21% dos votos. Já a socialista
conseguiu 10,3%. Juntos, os esquerdistas tiveram 31,3%, apesar disso,
nenhum dos dois conseguiu avançar para o próximo turno.
Naquele pleito, os candidatos João
Henrique (hoje PR) e César Borges foram para o segundo turno e o atual
republicano venceu. Para o cientista político e professor da
Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Fábio Dantas Neto, embora
seja cedo para analisar o cenário, há dois motivos para esse
enfraquecimento da esquerda.
De acordo com ele, a primeira razão é a
boa avaliação da administração do prefeito ACM Neto (DEM). O segundo
motivo é a falta de um discurso “consistente e amplo”. “A esquerda falou
para si nessa eleição”, frisou. No entendimento dele, os partidos da
base do governo privilegiaram mais a eleição proporcional do que a
majoritária. “Mas o objetivo não foi alcançado, já que perdeu espaço na
Câmara”, destacou.
O professor da Universidade Federal da
Bahia (Ufba) e cientista político Joviniano Neto aponta outras duas
razões para o mau resultado da esquerda. Segundo ele, a base do governo
demorou muito para definir Alice Portugal como candidata.
Para o especialista, o discurso da
comunista também não foi “convincente”. “O número de abstenção nessa
eleição foi maior do que a quantidade de votos de Alice, Isidório,
Cláudio Silva, Fábio Nogueira e Célia Sacramento juntos. Eles não
convenceram. O eleitor achou que a eleição estava ganha e que não havia
alternativa”, destacou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário