sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Em depoimento, Palocci imita Lula, diz que é inocente e não sabia de nada


Resultado de imagem para palocci preso chargesDimitrius Dantas
O Globo
Por três horas, o ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento nesta quinta-feira na Polícia Federal, em Curitiba, e negou que tenha beneficiado a empreiteira Odebrecht e recebido vantagens indevidas da empresa. Palocci foi preso durante a 35ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de Omertà. O prazo de sua prisão temporária, de cinco dias, vence nesta sexta-feira, quando o juiz Sérgio Moro irá decidir se o ex-ministro será libertado.
Após o depoimento, o advogado de Palocci, José Roberto Batochio afirmou que o ex-ministro dos governos Lula e Dilma demonstrou que as acusações do Ministério Público Federal seriam improcedentes, inclusive o de pagamento de propina.
Em relação à suspeita de que o ex-ministro teria atuado pela aprovação de uma medida provisória que resultaria em benefícios tributários para a empresa, Batochi disse que Palocci teria se votado contra o projeto e pedido seu veto ao ex-presidente Lula.
VOTO CONTRA – “Como se sustenta a acusação de que ele teria trabalhado para aprovar se a Câmara registra o voto contrário?” — disse o advogado, que também refutou a hipótese do Ministério Público que atribui o apelido “Italiano”, encontrado nas anotações pessoais e troca de mensagens de Marcelo Odebrecht, ao ex-ministro.
José Roberto Batochio também minimizou os encontros que Palocci teve com Marcelo Odebrecht enquanto ocupava o Ministério da Fazenda. Segundo o advogado, Palocci tinha o dever de manter interlocução com o empresariado. Questionado se Palocci tinha um relacionamento com Marcelo Odebrecht, respondeu:
“Com o Marcelo Odebrecht e com a torcida do Corinthians e do Brasil, porque ele falava com todo o empresariado, nacional e estrangeiro, como era da sua obrigação institucional como ministro da mais importante ou de uma das mais importantes pastas do governo que é o Ministério da Fazenda” — disse.

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