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61 votos a 20, o Senado Federal aprovou na tarde desta quarta-feira
(31) a destituição de Dilma Rousseff do cargo de Presidente da
República. Para que a presidenta fosse condenada, eram necessários pelo
menos 54 votos, que equivalem à maioria qualificada, ou dois terços dos
81 senadores. Condenada, Dilma será imediatamente notificada, bem como o
presidente interino Michel Temer. O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), deverá então convocar uma sessão do Congresso
Nacional para o mesmo dia, a ser realizada na Câmara dos Deputados, para
dar posse a Temer. O resultado foi comemorado com aplausos por aliados
do presidente interino Michel Temer, que cantaram o Hino Nacional. A
inabilitação da presidente afastada Dilma Rousseff para função pública
recebeu no Senado 42 votos a favor e 36 contra. Como era necessário
maioria absoluta (54), o Senado afastou desta forma a inabilitação de
Dilma. O requerimento era de autoria do senador Vicentinho Alves
(PT-TO). A votação foi feita em seguida da aprovação do impeachment de
Dilma. Com isso, ela pode ocupar cargo público. Foram registradas três
abstenções. A votação deste quesito foi feita separadamente a pedido de
senadores do PT, que apresentaram o requerimento logo no início do dia e
que foi acatado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
Ricardo Lewandowski, mesmo sob protestos de aliados do presidente
interino Michel Temer. Fernando Collor, primeiro presidente eleito por
voto direto após a ditadura militar, foi o primeiro chefe de governo
brasileiro afastado do poder em um processo de impeachment, em 1992. Com
Dilma Rousseff, é a segunda vez que um presidente perde o mandato no
mesmo tipo de processo. Dilma fará uma declaração à imprensa. Senadores
aliados da petista estão se dirigindo ao Palácio da Alvorada para
acompanhar o pronunciamento de Dilma. A fase final de julgamento começou
na última quinta-feira (25) e se arrastou até hoje com a manifestação
da própria representada, além da fala de senadores, testemunhas e dos
advogados das duas partes. Nesse último dia, o ministro Ricardo
Lewandowski leu um relatório resumido elencando provas e os principais
argumentos apresentados ao longo do processo pela acusação e defesa.
Quatro senadores escolhidos por cada um dos lados – Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pela defesa, e Ronaldo Caiado
(DEM-GO) e Ana Amélia (PP-RS), pela acusação – encaminharam a votação
que ocorreu de forma nominal, em painel eletrônico. (JB)
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