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Luis Dufaur
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Na Argentina, Micaela Ortega, de
12 anos, foi assassinada após encontrar-se com um homem de 26 que conheceu pelo
Facebook. As crianças de 8 a 12 anos presas à Internet constituem o grupo mais
vulnerável para um abusador sexual.
Segundo especialistas citados
pelo diário “La Nación” de Buenos Aires, os pais que começam a se preocupar com
a vida virtual de seu filho quando esse faz 12 anos estão chegando tarde.
Ainda são crianças, mas não estão
mais na infância. Só viveram absorvidas por relações virtuais, quase sem contato
com o mundo, e são ignorantes e inermes face aos perigos do mundo
real.
“Ë preciso começar mais cedo,
pois a partir dos 8 anos já correm risco”, disse Sebastián Bortnick, presidente
da ONG argentina Cibersegura, que promoveu a lei que transformou em delito o
acosso sexual a menores pela Internet e outros meios eletrônicos.
“Sete de cada dez meninos e
meninas entre 10 e 12 anos já criaram um perfil numa rede social”, afirma Roxana
Morduchowicz, doutora em comunicação pela Universidade de Paris. “Nós nos
reuníamos para brincar na casa de um amigo, na rua ou na praça, mas hoje as
crianças se encontram na Rede”, diz ela.
“Temos de fornecer aos nossos
filhos as ferramentas de reflexão e pensamento crítico para duvidar das
propostas antes dos 11 anos. Se você não olha os perfis dos filhos antes de 12,
vai encontrar surpresas, vai ver que houve conversas antes”, explica Marcela
Czarny, da ONG Chicos.net.
“É preciso lhes falar dos
riscos, perguntar o que eles fizeram esse dia na Internet, o que viram, com quem
falaram. Não como um controle policial, mas como um tema de conversação.
“Faz bem às crianças sentirem que
nós estamos presentes, que podem conversar conosco sobre o que fizeram e com
quem falaram”, diz Morduchowicz.
“O que não pode acontecer é o
pai se desentender. É preciso criar nos filhos a ideia de que estão sendo
observados para o seu bem. Não podemos ignorar as redes que eles usam, seja
Facebook, Instagram ou Snapchat. Não fazer isso enquanto pais é olhar para o
outro lado”.
(
* ) Luis Dufaur é escritor, jornalista, conferencista de política
internacional e colaborador da ABIM
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