Ele checa funilaria, mecânica e suspensão e dá ou não aval para compra.
Venda de carros seminovos têm crescido em todo o Brasil, diz Fenabrave.
O mecânico André Santos decidiu ganhar dinheiro com as dicas que dava para comrpa de carros usados (Foto: Arquivo pessoal)Com a ideia, André Santos busca se livrar da crise e se sentir mais confortável com o trabalho. "Não gosto de me prender a horários. A crise também afetou a mim, e eu fui buscar outros meios de renda", revelou.
A consultoria “Compre o carro certo” é informal, funciona há um ano e não é a principal fonte de renda do mecânico. De qualquer forma, ele avalia que está dando certo. São, em média, três clientes por semana.
“Tem bastante gente de fora de Curitiba, das cidades próximas, que me procura. Como Curitiba tem um mercado maior de usados, então, eles me contratam para eu dar uma olhada no carro para que eles não precisem vir até Curitiba. Eu vejo o carro e então dou o aval”, contouo mecânico.
Em todo o Brasil, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), no mês de maio foram vendidos 844.238 veículos usados.
O dado indica uma queda das vendas de 1,22% em relação ao mesmo período de 2015. semestre. Apesar da queda geral, no entanto, entre os carros usados, os considerados seminovos tiveram aumento nas vendas de 25%.
O preço cobrado por cada consultoria é estipulado conforme o ano, modelo e se o veículo é nacional ou importado. As dúvidas, por outro lado, não variam muito.
A vistoria
Já foi batido? Esta é a pergunta mais frequente, de acordo com André Santos. Para respondê-la, ele usa os anos de experiência na área de mecânica.
“Como eu já conheço, eu sei as falhas que ficam quando você faz uma restauração. Eu já conheço e já vou procurando as arestas do carro”, contou.
Nada passa despercebido aos olhos de André. Ele começa avaliando a funilaria, checa as partes mecânica e segue para a suspensão.
Desde que decidiu prestar o serviço de consultoria, André se deparou com diversas circunstâncias desde problemas mecânicos e elétricos até carros completamente restaurados.
O Consultor descobriu, por exemplo, que o cliente estava interessado em um carro adquirido em leilão que havia sido totalmente reformado. O complicador, de acordo com mecãnico, é que os vendedores não têm o hábito de informar ao cliente que o carro foi comprado em um leilão.
“Carro com três ou quatro anos e com quilometragem baixa indica que ficou um tempo parado, provavelmente, em um pátio de leilão. Então, eu já fico mais atento”.
Qualquer problema que o técnico automobilístico encontre no carro ele passa apenas para o cliente. Não conversa com o vendedor. Essa condição só muda se o cliente quiser que ele entre na negociação.
Neste caso, André Santos cobra uma comissão de 10% sobre o desconto conseguido. “Por exemplo, algumas coisas precisam ser feitas, e como eu estou por dentro dos custos, do trabalho que vai dar, eu vou e negocio, tendendo para o meu cliente, favorecendo o meu cliente”.
Usado ou novo?
André acredita que a consultoria pode crescer ainda mais porque ele considera ser mais vantajoso comprar um carro usado.
“Hoje em dia, compensa muito mais comprar um usado, que vai ter mais opcional, do que comprar um novo 'seco', que vai vir com um valor muito alto. O preço do carro, quando você tira da concessionária, já cai. Tem uma queda muito brusca nos três primeiros anos e depois vai estabilizando”, explicou André Santos que também é técnico automobilístico.
Neste sentido, André Santos conseguiu convencer um cliente que o procurou para ajudá-lo na compra de um carro novo. O corretor de imóveis Antonio Miranda, de 56 anos, tinha um carro grande e automático e queria trocar por um mais econômico.
Miranda ficou sabendo do serviço de André pela internet e decidiu contratá-lo. “O meu foco era carro novo, mas a gente estava passando pelos usados da concessionária e ele me deu a dica. O carro tinha só um detalhe de pintura para fazer... Eu ia gastar uns R$ 45 mil e acabei gastando R$ 30 mil. E, com todas as dicas, tive uns 10% de desconto, para você ter uma ideia”, contou o corretor de imóveis.
O cliente ficou satisfeito com o trabalho não apenas pelas orientações no momento da compra, mas também pelas dicas em relação a gastos futuros. André explicou quais marcas e modelos têm manutenção e seguro mais caros. “Para quem não conhece muito, é um investimento para um retorno fantástico”, avaliou.
O
corretor de imóveis Antonio Miranda pedoiu consultoria na hora de
trocar o carro por uma mais econômico (Foto: Arquivo pessoal)
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