sábado, 30 de julho de 2016

Garoto com doença rara é internado por falta de remédio de R$ 600 mil


Pai conseguiu na Justiça ordem para governo da BA pagar medicamento.
Sesab garantiu que remédio vindo do Canadá chega na próxima semana.

Do G1 BA
Menino de sete anos com doença rara foi internado em Salvador (Foto: Elcimar Badu/Arquivo pessoal)Menino de sete anos com doença rara foi internado em Salvador (Foto: Elcimar Badu/Arquivo pessoal)
Um menino de sete anos que tem deficiência de proteína C foi internado nesta sexta-feira (29) na emergência de um hospital particular em Salvador, após o medicamento importado que utiliza contra a rara doença hematológica, que custa R$ 600 mil e é fornecido pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) por ordem judicial, se esgotar. A informação foi dada ao G1 pelo pai da criança, o estilista baiano Elcimar Badu.
Menino de sete anos com doença rara foi internado em Salvador (Foto: Elcimar Badu/Arquivo pessoal)Menino de sete anos com doença rara foi internado
em Salvador (Foto: Elcimar Badu/Arquivo pessoal)
O pai afirma que o estoque do medicamento "Ceprotin", usado semanalmente pelo filho, acabou na segunda-feira (25) e não foi reposto pelo governo do estado no hospital onde o menino costuma tomar as doses. Sem o remédio, conforme o pai, começaram a surgir hematomas no corpo do filho e o menino sente dores.
"Ele não produz proteína C, que é um dos fatores da coagulação. Ele tem sete anos, estuda e é um menino inteligente. Perdeu a visão quando nasceu por causa da doença. Na segunda-feira, era para ele tomar 15 ampolas no hospital, mas só tomou 10. Ele foi para o hospital hoje para ser internado, já com hematomas na perna e com dores", destaca o pai da criança.
Elcimar diz que já teve o filho com o mesmo problema que morreu em consequência da doença. "Faz 16 anos que isso aconteceu. Ele era recém-nascido, tinha 12 dias de vida. Teve hematomas no corpo todo e morreu", destaca.
Para garantir o tratamento do segundo filho, Elcimar Badu afirma que entrou na Justiça para obrigar o estado da Bahia a pagar o medicamento da criança de sete anos. O pai disse que conseguiu a ordem judicial após ação da Defensoria Pública.O remédio é importado do Canadá.

"O governo fornece e é de altíssimo custo. Consegui por ordem judicial, que obriga o estado a fornecer há mais de 5 anos. Só se consegue por ordem judicial, porque a Anvisa não autoriza venda no país. Tem duas ações judiciais: uma para fornecer o medicamento e outra para manter por três meses o estoque. Ele toma duas vezes por semana. A vida é mais importante que qualquer coisa", destaca.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que o estoque do medicamanto para o menino de sete anos acabou porque a empresa fornecedora não conseguiu importar e trazer o medicamento para o Brasil. O órgão também destacou que o "Ceprotin" é uma medicação que não existe no país e que o custo com o tratamento do garoto é de R$ 600 mil por mês.
A Sesab garantiu que a criança não vai precisar viajar para o Canadá, já que a empresa que produz o remédio no país vai despachar por via aérea o medicamento para Salvador e o paciente receberá a medicação no início da próxima semana.
Menino de sete anos com doença rara foi internado em Salvador (Foto: Elcimar Badu/Arquivo pessoal)Menino de sete anos com doença rara foi internado em Salvador (Foto: Elcimar Badu/Arquivo pessoal)

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