Por Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)
e conseguir contemplar sem atritos relevantes todos os partidos que por
enquanto prometem lhe dar sustentação parlamentar, o vice-presidente
Michel Temer (PMDB) deve assumir o comando do país com apoio suficiente
para aprovar mudanças na Constituição.
Na Câmara, a perspectiva é a de que sua base fique em torno dos 367
votos dados a favor do impeachment de Dilma Rousseff. Formam esse grupo
de apoio o PMDB, a maior legenda da Casa, os principais partidos de
oposição e o chamado "centrão" –PP, PR, PTB, PSD, PRB e outras legendas
menores.
Para que mudanças na Constituição sejam aprovadas é preciso o voto de pelo menos 308 dos 513 deputados, 60% do total da Casa.
Escolhido como líder informal desse "centrão", o deputado Maurício
Quintella Lessa (PR-AL) afirma não ver entrave nem mesmo na pouca
popularidade do vice –58% da população defende seu impeachment e 60%,
sua renúncia, segundo pesquisa do Datafolha do início de abril.
"Essa impopularidade se dá mais pelo desconhecimento do que por
qualquer outra coisa. Ele [Temer] tem tudo para fazer um bom governo de
transição, vai dar uma levantada no astral do país e do mercado", afirma
Quintella.
Como exemplo do tamanho da base de Temer, ele cita o seu PR, que deu 26
dos 40 votos da bancada a favor do impeachment. "A expectativa é a de
que o partido participe como um todo do governo Temer. Quem votou contra
o impeachment não votou contra o Michel."
Os partidos claramente contrários a Temer representam hoje a minoria –PT, PC do B, PSOL, PDT e Rede têm só 96 das 513 cadeiras.
O PP, que tem a quarta maior bancada da Casa, com 47 deputados, negocia
ministérios importantes com Temer, como a Saúde –disputado também com o
PMDB–, e se reuniu na semana que passou para definir propostas que
levará para o peemedebista.
No Senado, a base de Temer só terá uma mensuração mais precisa após a
votação da abertura do processo de impeachment, prevista para 11 de
maio. Levando-se em conta a configuração partidária, o peemedebista tem
uma perspectiva de contar com 51 dos 81 votos, número também suficiente
para aprovar alterações na Constituição (49).
OBSTÁCULOS
Apesar da aparente folga, o caminho do vice no Congresso tende a
abrigar importantes obstáculos. O primeiro é a promessa do PT e de
legendas de esquerda de fazer oposição aguerrida, sob argumento de que
Temer assume mediante golpe legislativo.
O segundo problema é que a composição do possível novo governo
certamente resultará em desavenças e dissidências nos partidos que agora
lhe prometem apoio.
Para resolver parte disso, Temer já admitiu a aliados que o corte no
número de ministérios não será do tamanho desejado inicialmente.
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