Por Redação Bocão News
Carlos
Nascimento, neto do Adolfo Antônio Nascimento (Dodô), que dá nome ao
circuito carnavalesco Barra-Ondina, em Salvador, afirmou que a família
do músico recebeu com indignação a votação dos vereadores da capital que
aprovou a troca do título do trajeto de trios para Daniela Mercury. "A
decisão vai na contramão da história. É um desserviço à memória
coletiva, uma injustiça. É matar Dodô duas vezes", desabafa em
entrevista ao G1.
Responsável pelo projeto DNA Dodô, que resgata a história de um dos
criadores do trio elétrico, Carlos Nascimento afirma que o
posicionamento da família não é contrário à cantora Daniela Mercury, mas
em defesa de um legado histórico. "Temos grande respeito a grande
cantora que é Daniela Mercury. Nossa indignação está relacionada à
substituição, independentemente de qual seja", defende.
O projeto aprovado pelos vereadores propõe que o circuito Osmar, que
fica entre Campo Grande e a Praça Castro Alves, tenha o nome de Dodô
agregado ao título. A proposta é de que o circuito passe a se chamar
"Dodô e Osmar".
Sobre a proposta de agregação, ele também posicionou indignação. "Dodô
não é irmão xifópago de Osmar. São homenagens justas e separadas.
Queremos presevar a memória de um homem negro, inventor e responsável
pelo sucesso dessa grande festa", afirma.
O circuito Dodô, que fica entre os bairros da Barra e Ondina, foi
criado em 1992. O trajeto de trios passou a ser chamado oficialmente de
Dodô em 1997. Adolfo Antônio Nascimento, que dá nome ao circuito, morreu
em 1978 e completaria um século de vida em 2013.
A proposta de mudança do nome do circuito é da vereadora Vânia Galvão
(PT), que durante sessão de votação defendeu o pioneirismo da cantora
baiana no circuito Barra-Ondina e destacou a ausência de nomes de
mulheres nos espaços oficias do Carnaval de Salvador. "Daniela foi, de
fato, a criadora do circuito. Nada mais que justo marcá-la na nossa
história”, justificou.
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