domingo, 29 de maio de 2016

'Marcha das Vadias' pede fim da violência contra a mulher no Recife


Ato lembrou caso do estupro de uma jovem por 33 homens no Rio de Janeiro.
Também faz críticas a políticos como Eduardo Cunha.

Do G1 PE
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Marcha das Vadias no Recife (Foto: Thays Estarque/G1)Concentração da Marcha das Vadias aconteceu no Derby, área central do Recife (Foto: Thays Estarque/G1)
Com palavras de ordem como "Eu vou por mim, por ela e por nós", a Marcha das Vadias desse ano levantou com mais vigor a luta contra o machismo e o estupro. Mais de mil pessoas, segundo a organização, caminharam pelas ruas do Centro do Recife pedindo o fim da cultura da violência contra a mulher. Corpos desnudos, pintados e cartazes traziam uma única mensagem: Basta!.
Jéssica Moura e o filho Pedro na Marcha das Vadias, no Recife (Foto: Thays Estarque/G1)Jéssica Moura e o filho Pedro Lucas na Marcha das
Vadias, no Recife (Foto: Thays Estarque/G1)
Mesmo sem ser proposital, a marcha ocorreu na mesma semana onde uma jovem foi estuprada por 33 homens no Rio de Janeiro. Outro caso de repercussão aconteceu no Recife. Na sexta-feira (27), a cantora Bella Schneider, ex- The Voice Brasil, prestou queixa na delegacia de crimes cibernéticos. Desde que apareceu no programa, vem recebendo ameaças de estupro e morte nas redes sociais.
"Isso tudo é mais uma ação para gente lutar. Queremos dizer para essas meninas que estamos aqui por nós e por elas", citou Amanda Timoteo, do coletivo Marcha das Vadias do Recife. Para ela, os últimos acontecimentos refletem quanto o país é violento e criminaliza a mulher. "O Brasil revive, diariamente, uma cultura do estupro, do machismo. Vivemos numa sociedade machista", acredita Amanda.
Mas não só de mulheres é formado o ato. Homens que apoiam a causa do movimento e crianças também participam da marcha. Além dos casos de violência recentes, os integrantes também gritaram palavras de ordem contra o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB).
Marcha das Vadias no Recife (Foto: Thays Estarque/G1)Manifestantes fizeram pausa e contaram até 30 em referência ao estupro no RJ (Foto: Thays Estarque/G1)
Quando passavam pela Avenida Conde da Boa Vista, os manifestantes fizeram uma parada e contaram até 30 em referência ao estupro coletivo ocorrido no Rio de Janeiro. "Quem sabe assim, gritando bem alto, as pessoas não entendem o que aconteceu, a barbárie desse estupro. Vamos fazer barulho até entenderem", disse a estudante Aline Cavalcanti, 19 anos,
Estudante Cláudio Alves, na Marcha das Vadias do Recife (Foto: Thays Estarque/G1)Estudante Cláudio Alves, na Marcha das Vadias do
Recife (Foto: Thays Estarque/G1)
Com seu filho de 7 anos, Pedro Lucas , a estudante Jéssica Moura, 26, pede uma desconstrução de consciência. "Trago ele aqui para entender desde novo o problema que vivemos. Quero que meu filho cresça com outra mentalidade, num país diferente", espera. A jovem carregava um cartaz com a mensagem: "O feminismo me liberta porque o machismo também me oprime".
Quase na ponte Duarte Coelho, todos os manifestantes se abaixaram. Eles fizeram um minuto de silêncio enquanto um grupo que estava na frente dizia "quando eu acordei tinham 30 homens em cima de mim"
De batom vermelho, quase rosa, o estudante Claúdio Alves, 22 anos, disse que essa é uma causa de todos. "Estou aqui pela minha mãe, que já sofreu muito, e todas as mulheres que são agredidas diariamente nesse país".

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