domingo, 29 de maio de 2016

Ceramistas ensinam ofício para familiares e geram renda em Teresina


Profissionais comercializam sua arte no Polo Cerâmico, no bairro Poti Velho.
Redes sociais são aliadas para otimizar as vendas de produtos de cerâmica.

Do G1 PI
José de Ribamar aprendeu com o pai e hoje trabalha com filho, esposa e neto produzindo cerâmicas (Foto: Juliana Gomes/G1)José aprendeu com o pai e hoje trabalha com filho e neto produzindo cerâmicas (Foto: Juliana Gomes/G1)
Transformar argila em peças valiosas. Este é o ofício de muitos ceramistas que trabalham no Polo Cerâmico de Teresina, localizado na Zona Norte da capital. No local, muitas famílias sobrevivem da produção mandalas, jarros, esculturas, objetos de decoração para jardins, aparelhos de jantar e até joias. Um trabalho que tem sido passado entre gerações.

Neste sábado (28) é comemorado o dia do ceramista. E para celebrar a data, o G1 conta histórias de famílias que dão vida a peças que surpreendem visitantes e clientes do Polo Cerâmico.
Há oito anos Maria Vanderlandi pinta peças e marido produz cerâmicas (Foto: Juliana Gomes/G1)Peças comercializadas no Polo Cerâmico em
Teresina (Foto: Juliana Gomes/G1)
O artesão José de Ribamar fabrica peças de cerâmica desde os 11 anos. Ele conta que aprendeu a técnica com o pai, depois ensinou o filho e neto a fazerem diversas peças. Atualmente, os três trabalham em uma loja que foi construída na década de 90.

“Eu só sei fazer isso. Foi o que sempre fiz a minha vida inteira. Eu via meu pai produzindo, ficava observando até começar a fazer sozinho. Aos 15 anos eu já era independente, fabricava e vendia as peças que fazia. Ensinei meu filho, neto e esposa a trabalharem com a argila. Conto com o apoio deles na produção e da minha esposa na comercialização dos produtos em nossa loja”, revelou.

Segundo ele, a peça que mais vende são filtros de barros e jarros para decoração. Em um mês, o ceramista chega a vender 250 filtros. Ribamar lamenta apenas a redução nas vendas, já que conforme o ceramista, nos últimos meses houve uma redução significante em sua renda devido a crise econômica que se instalou no país.

“As pessoas encomendam e eu faço como elas querem. Tem outras que chegam à loja e compram o que gostam. O nosso carro chefe são os filtros de barro e vendo também muitos jarros e potes de cerâmica. Têm uns quatro meses que as vendas diminuíram e sentimos no bolso. Eu tenho uma renda de pouco mais de R$ 1 mil”, explicou.

Apesar da dificuldade financeira, José de Ribamar enfatiza que ama o que faz e ainda repassa o que aprendeu para outras pessoas através de cursos profissionalizantes. Para ele, o dia do ceramista é motivo de orgulho e de luta.
Cunhada do ceramista Dimi Presley ajuda na pintura das peças em Teresina (Foto: Juliana Gomes/G1)Cunhada do ceramista Dimi Presley ajuda na pintura das peças em Teresina (Foto: Juliana Gomes/G1)
Outro profissional que trabalha no Polo Cerâmico é o artesão Dimi Presley Rodrigues Carvalho, que aprendeu a fazer as peças observando um amigo e depois ensinou aos irmãos. Ele diz que por falta de oportunidades de emprego viu no centro comercial uma fonte de renda.

“Eu comecei trabalhando no manuseio da argila, meus pais foram contra no início. Não queriam que eu trabalhasse aqui, mas eu vi um amigo fazendo esculturas com argila e comecei a tentar sozinho. Deu certo. Eu vejo também muitos vídeos na internet que ensinam a fazer peças de cerâmica. Já ensinei o ofício para meus dois irmãos que trabalham com isso. Um já montou seu próprio negócio e o outro trabalha com encomenda. Ainda tem minha cunhada que ajuda na pintura das peças aqui na loja”, explicou.
Peças produzidas no Polo Cerâmico em Teresina atrai muitos clientes (Foto: Juliana Gomes/ G1)Peças produzidas no Polo Cerâmico em Teresina atrai muitos clientes (Foto: Juliana Gomes/ G1)
No caso de Dimi, a peça que mais vende são imagens de São Francisco e produtos pequenos para decorar residências. Além disso, lojas de outras cidades como Jericoacoara e Porto de Galinhas o procuram para encomendar peças maiores pelo menos três vezes ao ano. Segundo ele, um dos seus maiores aliados são as redes sociais.

“Hoje os clientes encomendam as peças que querem pelo whatsapp, combinamos tudo pelo aplicativo e os que moram fora vem buscar. Tem gente que manda o modelo de uma peça que quer e eu faço. Quando fica pronto eu mando uma foto e a pessoa analisa se quer mudar alguma coisa ou não. As redes divulgam nosso trabalho e facilitam a venda”, finalizou.

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