domingo, 1 de maio de 2016

Grupo faz ato na Zona Oeste do Rio a favor de Jair Bolsonaro


Organizadores dizem que manifestação a favor de Bolsonaro reuniu 200.
Deputado fez selfies, exibiu cartazes e discursou dizendo estar emocionado.

Alba Valéria MendonçaDo G1 Rio
Grupo faz ato em frente à casa de Jair Bolsonaro na Zona Oeste do Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Grupo faz ato em frente à casa de Jair Bolsonaro na Zona Oeste do Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Um grupo de aproximadamente 200 pessoas, segundo os organizadores, fez na manhã deste domingo (1º) um protesto a favor do deputado federal (PSC-RJ) Jair Bolsonaro em frente à sua residência na Avenida Sernambetiva, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Com faixas, cartazes, um boneco inflável do ex-presidente Lula e um rock que diz no refrão "Bolsonaro guerreiro, orgulho brasileiro" os manifestantes prestaram apoio ao deputado. Segundo um dos integrantes do movimento, Yan Barbosa, o grupo foi prestar solidariedade contra o ato da semana passada, quando opositores sujaram a porta do condomínio do parlamentar.
Durante a manifestação, o deputado exibia um cartaz com a seguinte frase: "Tortura é saúde, educação, corrupção, crise e desemprego". (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Deputado exibia  cartaz com a seguinte frase:
"Tortura é saúde, educação, corrupção, crise e
desemprego" (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
O deputado fez dezenas de selfies, exibiu cartazes, se enrolou numa bandeira de Israel e discursou dizendo estar emocionado.
"Pior que a sujeira que fizeram aqui na semana passada foi o cheiro de mortadela que ficou. Tentaram me constranger. Ustra não é nada perto da canalhada que está no poder e o que estão fazendo com o meu querido Brasil", disse o deputado pra quem o pré-sal só foi possível graças ao governo militar de Médici.
Bolsonaro falou à plateia que depois tirar Dilma Rousseff da presidência vai lutar para tirar Michel Temer também e que pretende se candidatar em 2018. "A direita tem cara, tem voz, tem propostas e vai chegar lá. Somos a maioria silenciosa, respeitamos a família, a criança na escola. Na questão racial serei daltônico porque todos somos iguais. Meu coração é verde e amarelo. Não tenho a obsessão de chegar à presidência. Tenho uma missão de chegar à presidência. E missão se cumpre", disse Bolsonaro, sempre efusivamente aplaudido sob os gritos de "não vai ter cuspe".
Bolsonaro segura bandeira de Israel (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Bolsonaro segura bandeira de Israel
(Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Bolsonaro que subiu no carro de som do "Movimento Direita Já" ao lado do filho Flávio, pré-candidato à prefeitura do Rio, disse que é favorável à propriedade privada, que vai revogar a lei do desarmamento para que todo brasileiro tenha o direito de ter uma arma em casa e que os proprietários possam ter um fuzil em sua fazenda. "Cartão de visitas para marginais do MST que invadem propriedade privada tem de ser cartucho de 762".
Protesto contra o deputado
Como mostrou o G1, no dia 24 de abril, exatamente uma semana depois de o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) homenagear o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra em seu voto a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ativistas fizeram uma manifestação contra o parlamentar.
Os manifestantes seguiram pela orla da Barra da Tijuca, chamando o deputado de "Bolsomonstro". Um deles estava fantasiado de Adolf Hitler, associando Bolsonaro ao ditador nazista alemão.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) anunciou que iria ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a cassação do mandato de Bolsonaro após sua "homenagem".
Jair Bolsonaro acompanha ato em frente à sua residência no Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)Jair Bolsonaro acompanha ato em frente à sua residência no Rio (Foto: Alba Valéria Mendonça/G1)
Coronel Brilhante Ustra
Chefe do DOI-Codi do II Exército em São Paulo, órgão de repressão política durante a ditadura militar, Brilhante Ustra morreu em outubro de 2015. Durante o período em que Ustra chefiou o DOI-Codi, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade
Ustra foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de tortura durante a ditadura (1964-1985). Na ação, os ex-presos políticos César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles, Janaína de Almeida Teles, Edson Luis de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida acusavam o coronel de exercitar violência e crueldade contra prisioneiros ao longo da década de 70.

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