domingo, 7 de fevereiro de 2016

Escolas de samba do Grupo Especial desfilam no Sambódromo de Manaus


Ao todo, oito escolas participam do desfile na capital.
Papel da mulher e a história do pão foram os primeiros enredos.

G1 AM
Com arquibancadas lotadas, inovação nas alegorias e muito samba no pé, as escolas de samba do Grupo Especial desfilaram na noite deste sábado (6), no Sambódromo, na Zona Centro-Oeste de Manaus. As escolas de samba "Primos da Ilha" e "Sem Compromisso" abriram o desfile. Ao todo, oito escolas descem a avenida até a manhã deste domingo (7).
Primos da Ilha
Com o enredo "Sou Berço da Vida, Fonte de Inspiração, Guerreira, Sou Ilha, Sou Mulher!", a "Primos da Ilha" defendeu o papel e as conquistas da mulher na sociedade brasileira. Às 20h a escola entrou na avenida e homenageou Cleópatra na comissão de frente. No total, foram três alegorias e 14 alas.
Nos três carros alegóricos só desfilaram brincantes mulheres. A escola defendeu o poder da mulher na sociedade, a Primos da Ilha animou as arquibancadas, ainda com pouco público. As 18 alas homenagearam grandes feitos de mulheres durante a história, como a Lei Maria da Penha, contra a violência doméstica. E lembraram também a guerreira Joana D'arc, guerreira francesa que se passou por homem para lutar pela França na Guerra dos Cem Anos.

Sem Compromisso
Em seguida, às 21h20, foi a vez da "Sem Compromisso", com um enredo que falou sobre a história do pão. A bateria da agremiação representava padeiros da era moderna e o enredo, “O pão nosso de cada dia, que o diabo amassou e Deus consagrou”, falou sobre as variedades da iguaria pelo mundo, além do uso em tradições religiosas.

A escola trouxe 18 alas e três alegorias. A "Sem Compromisso" animou o público, que dançou ao som das "paradinhas" realizadas pela bateria. A história do pão foi contada passo a passo durante o desfile, que contou com três carros alegóricos. Por volta das 22h o público já começava a lotar o Sambódromo.

Unidos do Alvorada
A Unidos do Alvorada foi a terceira escola a entrar na avenida, e levantou a torcida azul e branca, que já havia lotado as arquibancadas. Com o tema "Rei Arthur, o legado de uma lenda", a escola de samba mostrou a Inglaterra Medieval e relatou, em 16 alas e três alegorias, a lenda arthuriana que guiava o enredo da escola. A Comissão de Frente trouxe o Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda em uma coreografia que arrancou aplausos da plateia. O primeiro carro da escola lembrava o Reino de Avalon, e a ala das baianas, as águas do reino.

A "Unidos do Alvorada trouxe cinco alas representando grandes "Arthurs", que fizeram história na música, na política, no jornalismo e no esporte, como Arthur Zanetti, Arthur Antunes Coimba (Zico) e o amazonense Arthur Filho. A torcida da escola ecoou pelo Sambódromo o refrão do samba-enredo, que dizia "Pode aplaudir que a Alvorada chegou, para coroar esse povo vencedor".

Reino Unido da Liberdade
Com uma troca inusitada na Comissão de Frente, a Reino Unido da Liberdade chegou mostrando a que veio e levantou a torcida com o tema "Na arte de se comunicar, vem meu Reino encantar".

Relembrando os diversos meios de comunicação da história, a escola desfilou com 33 alas, sendo a maioria delas representando meios de comunicação. Na comissão de frente, homens da caverna se escondiam atrás das pinturas rupestres e eram substituídos por indivíduos da era moderna, representados com luzes de led e objetos tecnológicos atuais identificando a era da comunicação moderna, como smartphones e tablets.

A escola também homenageou um dos principais comunicadores da história do Brasil. A letra do samba-enredo trazia a famosa frase "Quem não comunica, não se trumbica" de Chacrinha. Uma ala inteira foi dedicada a homenagear o apresentador. Foi animação do início ao fim. A escola foi a quarta a se apresentar e apostou na arte de se comunicar para buscar mais um título nesse Carnaval.

Aparecida
Já era madrugada quando o Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Aparecida invadiu a avenida. Com o samba enredo na ponta da língua, a torcida – presente em peso – fez a apresentação ficar ainda mais vibrante. Com o tema “A Soberana encontra a Majestade e, nesta passarela, eu nunca vi coisa mais bela”, a Aparecida, escola da Zona Sul, homenageou a agremiação carioca Portela. Foram 3.000 integrantes, em 22 alas e com 2 carros alegóricos.

O desfile foi marcado pelas paradinhas da bateria que animaram o público. O carro abre alas trouxe o símbolo da Portela, uma água azul e branca que suspendia um dos bailarinos da comissão de frente. As fantasias de todas as alas eram luxuosas e grande parte vinha nas cores da Portela. A gigante da Zona Leste, a Grande Família falou sobre “Paz no Trânsito”. Foram 3.600 integrantes distribuídos em 26 alas e 2 carros alegóricos. Às 3h18, a chuva tomou a avenida, mas, não diminuiu a animação dos foliões.

Os 20 bailarinos da comissão de frente estavam fantasiados de pássaros brancos e escuros simbolizando a paz e a guerra. Grandiosas, as alegorias trouxeram telões em LED, com frases que alertavam para a necessidade de dirigir com segurança. Os membros da bateria vestiam preto e máscara de esqueleto, simbolizando a morte. Em todas as alas havia elementos que lembrava o trânsito e a necessidade de dirigir com perícia. As alas coreografadas deram um show a parte dentro do desfile.

O desfile marcou a despedida do presidente Luis Gilberto Ferreira, 58, que converteu-se ao protestantismo. “Esta é minha despedida. Estou tranquilo. Já é hora”, afirmou.

Escola Vitória Régia
Os 40 anos de história da Escola Vitória Régia foram lembrados pela agremiação com o tema “A Terra do Nunca é Verde e Rosa”.Um total de 22 alas e 3 mil pessoas participaram do desfile da escola da Praça 14 de Janeiro, Zona Centro Sul de Manaus.

A magia do conto infantil de J. M. Barrier, foi utilizado como inspiração para a escola contar sua história. Cada ala fez alusão aos personagens do mundo fantástico com direito a Sininhos, Wendys, Peter Pan a “gang” dos meninos perdidos, capitão gancho e muitos outros.

Diferente das outras escolas, a bateria veio logo após o carro abre-alas. As alegorias, trouxeram uma Sininho e um Peter Pan gigantes. Em um dos carros, os destaques vestiram fantasias de variados super heróis e personagens de desenho animado, com direito a Super Homem, Mulher Gato e Peppa Pig. As baianas estavam vestidas de fadinhas, com direito a varinha de condão.

Andança de Ciganos
A última escola desfilar, as 5h20, foi a Andança de Ciganos que falou sobre a divina criação da luz e das cores com o tema “A perfeição das cores sob o olhar pitoresco do imaginário”.
A escola do bairro Cachoeirinha, Zona Sul, que completou 40 anos, se apresentou com 2.401 componentes distribuídos nas 17 alas.

Já era dia, quando a agremiação ocupou metade da avenida. Super coloridas, luxuosas e com muito brilho, as fantasias  chamaram atenção do público. Destaque para a ala das baianas, com saiotes multicoloridos. As alegorias eram suntuosas e gigantes. O primeiro carro fez a referência a divina criação. Já o segundo, trazia um boneco pintor. No interior da alegoria artistas plásticos pintaram quadros durante o desfile. O desfile encerrou por volta das 6h40.

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