quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

E ainda há quem elogie a ditadura militar…


Charge do Iotti, reprodução da Zero Hora
Ivan Cavalcanti Proença
Nem a mais leviana e oferecida das vivandeiras assinaria um texto tão sórdido quanto o publicado pelo “seu” Aristóteles Drummond em sua coluna no jornal O Dia neste 22 de janeiro, em exaltação dos militares golpistas. Aliás, exaltação não, bajulação e submissão repulsiva em presença dos usurpadores do poder, torturadores e assassinos dos 21 anos de Ditadura. Se conhecesse de fato a história das Forças Armadas, lembraria a digna trajetória dos militares ao longo de sua existência no país, na defesa dos nossos territórios, na República, na Segunda Grande Guerra, nas tarefas desempenhadas regularmente nas lutas pelo “Petróleo é nosso” etc.
Mas o “seu” Aristóteles Drummond (nome e sobrenome de predestinação às avessas) elogia fervorosamente a ditadura, justifica implicitamente (ou não) as torturas, extermínios e arbitrariedades da época, reduz os 21 anos a 10 (inédita “versão”), exalta Médici, denuncia com distorções a resistência, e diz que na ditadura “o Brasil viveu seus anos dourados com um time de craques” na condução do país. Lembra os bambas (! )da Educação no país: srª Ester Ferraz e General Ludwig. É demais.
FALSIDADE
Sinto-me ofendido, vítima de falsidade, deformação, calúnia histórico-ideológica. Pessoalmente, no meu caso, até com direito de resposta.
Mas qual o verdadeiro objetivo, nos dias de hoje, de matéria tão descaradamente tendenciosa e falsa? Será reproduzida na Revista do Clube Militar? Alardeada pelos Bolsonaro? Fácil resposta: faceta inusitada de submissão pegajosa ao golpismo.
Desculpe, filósofo Aristóteles. Desculpe, poeta Drummond. Esse indivíduo não sabe o que diz. Ou melhor, sabe sim. A serviço.
(O texto de Ivan Cavalcanti Proença, presidente do Conselho
Deliberativo da ABI, foi enviado por Sergio Caldieri).

Nenhum comentário:

Postar um comentário