Depois de uma trégua na terça-feira, o dólar voltou a fechar acima de 4
reais nesta quarta. A preocupação com a economia chinesa e com o anúncio
de testes nucleares realizados pela Coreia do Norte puxaram a alta da
moeda americana, que subiu 0,7%, para 4,02 reais. Dados mostrando
fraqueza no setor de serviços da China contribuíram para sustentar a
apreensão nos mercados globais. O banco central chinês fixou sua taxa de
câmbio diária no menor patamar em mais de quatro anos e meio,
alimentando temores de que a segunda maior economia do mundo pode estar
mais fraca do que o esperado. "Não dá para a confiança melhorar se cada
dia aparece um novo problema na China", resumiu o operador da corretora
Spinelli José Carlos Amado. Além disso, a Coreia do Norte disse que
testou com sucesso um artefato nuclear de hidrogênio em tamanho reduzido
nesta quarta, reivindicando um avanço significativo em suas capacidades
de ataque e acionando um sinal de alerta no Japão e na Coreia do Sul.
"O evento com a Coreia do Norte aumenta o desafio da política externa
dos Estados Unidos e testa a capacidade da China de controlar seu aliado
mais instável", escreveu o superintendente regional de câmbio da
corretora SLW João Paulo de Gracia Correa em nota a clientes. No cenário
local, investidores aguardavam novas sinalizações do governo sobre sua
estratégia para enfrentar a crise econômica. O quadro de ceticismo
ganhou corpo após a troca de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no comando
do Ministério da Fazenda, no fim de 2015, o que alimentou preocupações
com a possibilidade de o governo afrouxar o ajuste fiscal. Na bolsa,
queda - A Bovespa fechou no vermelho nesta quarta-feira, em linha com o
exterior, também por causa das preocupações com a China e a América do
Norte. Segundo dados preliminares, o Ibovespa caiu 1,3%, a 41.868
pontos, menor patamar desde 31 de março de 2009. No pior momento do dia,
o índice recuou 1,96%. O giro financeiro do pregão foi de 4,86 bilhões
de reais. (Reuters)
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