terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Exatos 2 anos após o acidente, Michael Schumacher ainda luta pela vida


Bloqueando informações e lutando com obstinação para preservar privacidade, família do alemão impede que se conheça o verdadeiro estado de saúde do heptacampeão

por
iG São Paulo
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Foto: Divulgação / Ferrari
Michael Schumacher na neve
Exatos dois anos depois de sofrer um seriíssimo acidente esquiando, Michael Schumacher continua lutando por sua vida. Devido ao bloqueio de informações imposto por sua família e staff, pouco se sabe a respeito de seu estado. O que se sabe de concreto, especulações à parte?
O piloto se acidentou no dia 29 de dezembro, quando descia os Alpes franceses, desfrutando das férias com amigos e familiares. O heptacampeão da Fórmula 1 foi transportado de helicóptero para o hospital de Grenoble, com múltiplas lesões na cabeça. Ao chegar, estava em coma, e necessitou de imediata intervenção neurocirúrgica.
No dia seguinte, os médicos descreveram seu estado como "extremamente sério". Uma segunda operação, que durou duas horas, foi realizada para "reduzir o inchaço em seu cérebro". Desde então, as informações têm sido liberadas a conta-gotas, sem periodicidade fixa.
Em abril do ano passado, a família divulgou um comunicado que dizia que o piloto mostrava "momentos de consciência e despertar". Três meses depois, soube-se que o alemão não estava mais em coma e deixara o hospital. Em setembro, foi oficialmente confirmado que Michael foi transferido do hospital de Lausanne para a residência dos Schumacher, à beira do lago de Genebra.
Em maio deste ano novas informações foram divulgadas. Sua manager, Sabine Kehm, disse a uma publicação alemã que Michael "fazia progressos", mas advertia a seus fãs para que "sempre tenham em mente a seriedade de suas lesões".
Desde então, apenas o presidente da FIA, Jean Todt, que disse que Michael "ainda estava lutando", e Ross Brawn romperam o silêncio. "Continuamos rezando para que ele se recupere até um estágio em que...é devagar, mas sempre há esperança", disse o ex-chefão da Ferrari.
Ciosa do silêncio, a família Schumacher processou três tabloides alemães em julho. Os jornais haviam publicado que o piloto havia falado suas primeiras palavras depois do acidente. Na semana passada, Kehm criticou uma revista que escreveu que Michael havia voltado a andar, e a desmentiu.
Os esforços para se arrancar informações são enormes. E é fácil entender por quê. O primeiro fotógrafo capaz de obter imagens de Schumacher depois do acidente vai se transformar num milionário da noite para o dia. Em dezembro do ano passado, um jornalista se vestiu como padre para ter acesso ao quarto de hospital de Schumacher.
Em agosto, o empregado da empresa suíça de helicópteros encarregada de transportá-lo de Grenoble para Lausanne foi preso, acusado de envolvimento no roubo de prontuários médicos. Foram encontrados também fotógrafos acampados na floresta que circunda o lar dos Schumacher. Eles até utilizaram helicópteros capazes de voar baixo para obter imagens do heptacampeão.
Gary Harststein, ex-médico da Fórmula 1, escreveu em seu blog que a família não teria motivos para bloquear a divulgação de informações realmente boas, caso elas existissem.
Recentemente, o diário britânico "Daily Express" afirmou, mencionando "uma fonte próxima à família Schumacher" que o ex-piloto pesava menos de 45kg. Tudo o que se sabe, de certo, é que o alemão, que completa 47 anos no próximo dia 3, continua na luta pelo maior grande prêmio que pode almejar: sua vida.

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