domingo, 27 de setembro de 2015

Em Maceió, cerca de 12 toneladas de lixo eletrônico são recolhidas por mês


Resíduo não pode ser descartado da mesma forma que o lixo comum.
Apenas uma empresa é credenciada para esse tipo de serviço na capital.

Roberta Cólen Do G1 AL
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Montante de sucata ocupa grande espaço da empresa (Foto: Carolina Sanches/G1)Montante de sucata ocupa grande espaço da empresa (Foto: Carolina Sanches/G1)
É comum se ter em casa algum tipo de material eletrônico que está em desuso como um celular ou peça de computador, por exemplo. Para se livrar deles sem querer vender ou fazer trocas, é importante saber o que muitos ainda não sabem: o descarte deste tipo de lixo deve ser feito na loja onde foi comprado o produto ou através de uma empresa que faça este serviço. Isso porque a sucata eletrônica não deve ser jogada da mesma maneira que o resíduo comum.
O problema é que apenas uma empresa está credenciada pela prefeitura para fazer esse serviço em Maceió, a Bio Digital. Ela foi criada em 2013, quando o empresário Jadiel de Lira percebeu a carência desse serviço. Hoje, a empresa chega a recolher cerca de 12 toneladas de sucata eletrônica.
"O descarte irregular do lixo eletrônico é extremamente prejudicial ao meio ambiente. Um placa de computador, por exemplo, tem vários componentes perigosos como o mercúrio. Em contato com o solo, pode contaminar o lençol freático e se for queimado, provoca uma fumaça altamente tóxica que causa várias doenças", explica Lira.
Dono da Bio Digital explica que a empresa reaproveita 100% do material recebido (Foto: Carolina Sanches/G1)Dono da Bio Digital explica que a empresa
reaproveita 100% do material recebido
(Foto: Carolina Sanches/G1)
Do bairro do Clima Bom, onde fica localizada a empresa, um funcionário vai até a casa do cliente para recolher o lixo de forma gratuita.
"No mês do meio ambiente chegamos a recolher 20 toneladas, mas depois o calor do momento passa e o pessoal esquece um pouco. Trabalhamos com o todo o material que recebemos, ou seja, aproveitamos 100% dele", conta Lira.
O estudante de engenharia elétrica Felipe Castro sabe da importância da destinação correta desse material.
"Computador ou celular que não uso mais, dou para alguém que queira ou mando para a empresa de reciclagem. Tem uma máquina de lavar com defeito que cobraram para a gente R$ 900 só pelo conserto. Como fica um valor muito alto, vamos pedir para vir buscar", disse Castro.
"O povo não sabe o que fazer, mas só tem um jeito certo, que é mandar para o local especializado, a não ser que embrulhem o lixo com uma fita e deem de presente de natal", brinca o estudante.
Segundo a Superintendência Municipal de Limpeza Urbana (Slum), o descarte da sucata eletrônica deve ser feito através de um sistema chamado logística reversa, onde o dono, ao querer se desfazer de um resíduo especial precisa ir até o local de compra ou a empresa, assim como determina o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
De acordo com a diretora de planejamento e serviços especiais da Slum, Nadja Barros, o Conama ainda não regularizou a logística reversa, incluída na Política Nacional de Resíduos Sólidos, o que vem empacando os órgãos públicos a fazerem uma divulgação mais profunda acerca do assunto.
“A coleta da sucata, que chamamos de lixo especial, não é de responsabilidade do Município, mas sim da empresa que vendeu o produto. Essa regularização ainda está sendo providenciada e isso acontece no Brasil todo. Enquanto isso, o que nós podemos fazer é divulgar através do site da Slum ou fornecer o número da Bio Digital”, explica a diretora ao ressaltar que ainda não recebeu reclamação de lixo eletrônico no aterro sanitário.
Material é desmembrado e separado por categoria (Foto: Carolina Sanches/G1)Material é desmembrado e separado por categoria (Foto: Carolina Sanches/G1)
Segundo a auxiliar administrativa da Bio Digital, Thaís Temóteo, o atendimento é feito tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. "Damos o prazo de 15 úteis para recolher o material sem cobrança de taxa. Só não buscamos tubos de televisão TRT (vidro), lâmpada, cartuchos e tonners. Todo material que chega é desmembrado, separado e encaminhado para as indústrias de reciclagem espalhadas por todo o país”, disse.
A empresa recolhe TVs, computadores, baterias de celular e notebook, além dos aparelhos da chamada “linha branca” (geladeira, ar-condicionado, micro-onda e máquina de lavar).
Descarte correto
A Bio Digital fica localizada na Rua Eliete Rolemberg de Figueiredo, 476-E, no bairro do Clima Bom, parte alta de Maceió. Quem quiser solicitar o recolhimento do material, pode entrar em contato com a empresa por meio das redes sociais

Descarte de lixo correto contribui para o meio ambiente equilibrado (Foto: Carolina Sanches/G1)Descarte de lixo correto contribui para o meio ambiente equilibrado (Foto: Carolina Sanches/G1)

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