domingo, 26 de julho de 2015

Dia dos avós: pais feitos de açúcar


Muitos deles acabam criando os netos, enquanto os pais estão ocupados estudando ou trabalhando. Em troca, recebem amor e carinho de crianças e adolescentes
JORNAL O HOJE - GO

Cynthia Costa

Hoje, 26 de julho, é comemorado o Dia dos Avós. A data foi escolhida porque é o dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. Avós e avôs podem ensinar muito aos netos e, também, aprender com eles. É o que a reportagem de O Hoje descobriu no diálogo com duas avós sobre sua relação com os netos e netas.
Uma senhora ativa, disposta e que ama a todos os netos sem distinção. Essa é a principal característica da dona Maria do Carmo Garcia da Silva, 82 anos e muita disposição para comandar a casa em que mora com o marido Adalberto Figueiredo, 92 anos e a neta, a estudante universitária Fernanda Garcia, de 21 anos. As duas mantêm uma relação muito próxima, quase de mãe e filha, já que a jovem vive com a avó desde quando a mãe dela estava grávida de quatro meses.
Outra avó muito amorosa é a servidora pública da Assembleia Legislativa de Goiás, Adalice Maia, de 62 anos. Mãe de um casal de filhos, nos netos, Bárbara (18), Rebeca (13), Artur (4), João Vitor (12), e Pedro Henrique (3) é que ela deposita todo o amor que sente. Mesmo assim, não deixa de viajar e se divertir com coisas que gosta de fazer.
Avó-mãe
Maria do Carmo conta que a mãe de Fernanda, a artista plástica Kátia Panzer, teve alguns problemas no começo da gestação e a família temia que ela perdesse o bebê. Então, Kátia e o filho da dona de casa, Adalberto Garcia Figueiredo, foram morar com ela para acompanhar a gestação. Fernanda nasceu aos oito meses, para alegria dos avós Maria do Carmo e Adalberto Figueiredo, hoje com 92 anos. “Ela tinha um chorinho tão baixinho que eu a chamava de minha santinha, porque era uma menina muito calma”.
Quando Fernanda estava com quatro anos, segundo Maria do Carmo, Kátia engravidou novamente e teve a segunda filha (Beatriz) em Araguaína. “Algum tempo depois, ela e meu filho se separaram, mas elas continuaram aqui comigo”. Atualmente, a mãe de Fernanda se casou de novo e mora na Alemanha com o marido, alemão, e a filha caçula. “Mas a Fernanda ficou aqui comigo, porque aqui é a casa dela e o que não faria por um dos meus filhos faço por ela, que é aceitar o namorado dela dormir aqui em casa”.
Avó amiga
Adalice revela que gosta de viajar, passear e se divertir, mas que não abre mão de curtir os netos. Ela diz que tem uma casa só sua, mas que não se sente solitária porque está sempre na casa dos filhos, principalmente na da filha Miriany. “Ela gosta da comida que preparo, meu genro me diz que sente minha falta quando estou longe e meus netos querem sempre me agradar”. A servidora comenta que chegou de viagem na última quinta-feira e, ao chegar na casa de Miriany, foi recebida com carinho pelos netos e a mais velha, Bárbara, fez questão de servir-lhe a comida.
Ela afirma que tem uma boa relação com todos os netos. “Eles são os melhores presentes que Deus poderia me dar!”. A avó diz que, caso os pais precisem se ausentar por algum motivo, se oferece com prazer para cuidar das crianças. Adalice esclarece que foi quem deu o primeiro banho na neta Bárbara, já que a filha não tinha muita experiência. “Além de tudo, gosto de ajudar meus filhos financeiramente, mesmo que não precisem. Afinal, quero agradar meus netos com coisas de que eles gostem”
Suporte
A psicóloga Andréia de Souza Redaelli afirma que a relação entre avós e netos é construída, independente de classes. “Na nossa realidade, muitos avós estão oferecendo suporte para a educação dos netos, tanto na parte financeira quanto nos cuidados com crianças e adolescentes”. Ela diz que muitos pais voltam ao mercado de trabalho e aos estudos e podem contar com essa ajuda.
Mas a especialista alerta que pais e avós precisam ter bem claro seus papéis nesse relacionamento. “Geralmente, a ideia é que os pais são os chatos da história com várias cobranças, enquanto os avós ‘mimam’ os netos”. Por isso, de acordo com a psicóloga, é necessário que os avós cuidem, mas saibam os limites que precisam impor aos netos. Além disso, ela alerta que é uma convivência de mão dupla, em que avós se doam para cuidar dos netos e os pais os buscam com esse objetivo.
 

Tradição tem origem cristã 

A tradição brasileira diz que o surgimento do Dia dos Avós tem relação com as comemorações cristãs dos dias de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria, mãe de Jesus e portanto, avós de Jesus Cristo. Os registros históricos sobre Santa Ana e São Joaquim são poucos, e apenas no Evangelho de Tiago.
Outra história para a origem dessa data, fala em um dia criado especialmente para homenagear os membros mais velhos da família.
Nos Estados Unidos, o Dia dos Avós é comemorado todos os anos, no segundo domingo de setembro e teve origem na década de 1970. A data foi criada pelo presidente Jimmy Carter em homenagem a Marian McQuade, uma senhora casada com Joseph L. McQuade por mais de 60 anos, com quem teve 15 filhos, 43 netos, 10 bisnetos e um trineto. O fato é que a intenção por trás do Dia dos Avós é educar os mais novos sobre a importância das realizações das pessoas mais antigas no decorrer da história. 

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