sábado, 30 de maio de 2015

Dilma diz que país chegou ao 'limite' do uso de recursos contra a crise


Presidente participou em São Paulo de conferência do PC do B.
Ela disse que não sente solidão no poder: 'sozinho a gente se sente na cela'

Roney Domingos Do G1, em São Paulo
Dilma Rousseff participou de convenção nacional do PC do B em São Paulo (Foto: Roney Domingos/ G1)Dilma Rousseff participou de convenção nacional do PC do B em São Paulo (Foto: Roney Domingos
/ G1)

A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira (29), em discurso na convenção nacional do PC do B em São Paulo, que o país chegou ao "limite" do uso de recursos federais para conter efeitos da crise econômica. Para a presidente, o momento agora é de "reequilibrar" a área fiscal.
A fala da presidente ocorre horas depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que houve queda de 0,2% na atividade economia do país no primeiro trimestre de 2015.
Para a presidente, o país chegou ao limite da "capacidade contracíclica", que é a capacidade de o governo agir para evitar efeitos negativos causados por crises econômicas.
"Nós chegamos ao limite de nossa capacidade contracíclica. Nós temos que iniciar os movimentos para mudar o padrão de crescimento. Nós chegamos ao limite de utilizar recursos do orçamento federal para preservar nossa economia dos efeitos da crise", disse Dilma.
Para ela, o país tem que "reequilibrar" a parte fiscal. Nesta semana, o Senado aprovou três medidas provisórias que fazem parte do chamado ajuste fiscal proposto pelo governo. O objetivo é reequilibrar as contas públicas.
O reajuste é criticado por setores da sociedade, como centrais sindicais, que entendem que as medidas podem paralisar o desenvolvimento da economia. Dilma, nesta sexta, voltou a afirmar qe o ajuste não vai comprometer, por exemplo, os programas sociais.
No discurso, Dilma ainda ressaltou a importância de terem sido aprovadas as MPs do ajuste fiscal no Congresso e afirmou que é "crucial" também que seja aprovado o projeto que reduz a desoneração na folha da pagamentos das empresas.
"Nós aprovamos as Medidas provisórias de que precisávamos e agora precisamos aprovar o chamado PL que reduz a desoneração. Esse projeto é crucial e é ele que dá a maior parcela do ajuste fiscal.A desoneração da folha representou a perda de R$ 25 bilhões. Com o PL nos reduziremos a perda de R$ 25 bilhões para R$ 12 bilhões", disse a presidente.
Solidão
Na convenção do PC do B, ao lado de Dilma, participaram  do partido, como o governador do Maranhão, Flávio Dino, e Renato Rabelo, que passou a presidência da sigla para a deputada Luciana Santos .

Em discurso no evento, o governador Flávio Dino fez uma brincadeira com a presidente ao dizer que o poder isola e que entende a solidão pela qual ela passa.
Quando foi a sua vez de discursar, Dilma comentou a fala de Dino. A presidente afirmou que não sente solidão no Palácio, mas que sentiu numa cela, em referência ao fato de ter sido uma presa política durante a ditadura militar.
"Eu não me sinto sozinha. Interessante. Eu não me sinto sozinha. Sozinha a gente se sente dentro de uma cela. No Palácio do Planalto eu não me sinto sozinha", afirmou a presidente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário