sábado, 30 de maio de 2015

Alta nos custos e renda menor preocupa produtor

Receio com a economia e cotação do dólar devem causar solavancos na safra 2015/2016
 
 
Produtor deve gastar mais e obter menor rendimento na safra  ( Pedro Revillion/Palácio Piratini)
Produtor deve gastar mais e obter menor rendimento na safra ( Pedro Revillion/Palácio Piratini)
O cenário para a safra 2015/2016 preocupa os produtores rurais, e um dos motivos dessa apreensão é a atual situação da economia brasileira e mundial. Com o dólar em alta, deve-se gastar mais com os insumos para a próxima safra, com defensivos e fertilizantes, pois grande parte destes produtos é importada. A previsão também é de queda da rentabilidade para as principais commodities negociadas em bolsa, o que deve gerar margens mais apertadas de lucro e crescimento em menor ritmo do setor agropecuário.
Este foi um dos temas discutidos, na quarta-feira (27), em reunião do Grupo de Trabalho (GT) Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Formado pelo Núcleo Econômico da CNA e por representantes de federações de agricultura e pecuária para discutir os principais temas de impacto para o setor agropecuário, o GT busca propostas para sanar os gargalos da produção e apresentá-las ao governo federal.
O segundo encontro do GT foi realizado com presenças de técnicos na sede da CNA e também por videoconferência, com a participação de 12 federações: Acre (Faeac), Bahia (Faeb), Distrito Federal (Fape-DF), Espírito Santo (Faes), Goiás (Faeg), Maranhão (Faema), Minas Gerais (FAEMG), Mato Grosso (Famato), Mato Grosso do Sul (Famasul), Paraná (Faep), Rio Grande do Sul (Farsul) e São Paulo (Faesp). As entidades aproveitaram as discussões para encaminhar suas demandas e relatar os principais problemas vividos nos estados pelos produtores.
A preocupação do setor com a situação econômica do País foi confirmada em palestra do economista Luiz Suzigan, da LCA Consultores, convidado para a reunião. Na qual foi traçado um cenário da economia brasileira e mundial e seus impactos no agronegócio. “No ano passado, os insumos foram adquiridos com o dólar em um patamar inferior aos preços de comercialização. Isso deu um fôlego ao produtor. Neste ano, o que observamos é uma tendência de inversão de cenário”, alertou o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, que coordenou a reunião.

Exportar mais é alternativa
Uma das alternativas propostas na reunião do Grupo de Trabalho (GT) Econômico da CNA para evitar a estagnação da economia é o aumento das exportações, segundo a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Alinne Oliveira.
Outro ponto que preocupa os produtores rurais é o aumento do custo da energia elétrica no campo, de acordo com o coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias. Dados apresentados na reunião mostram que os custos com a energia elétrica subirão de 55% a 60%, por conta da crise hídrica, que fez com que o governo federal elevasse as tarifas de energia e implantasse a cobrança das bandeiras tarifárias, e não contemplasse atividades como aquicultura e irrigação da lista de beneficiárias das tarifas especiais em horários diferenciados. O encontro também abordou outros temas. Um deles foi a política agrícola. Os participantes relataram problemas de venda casada e seguro rural.

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