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Gregorio Vivanco Lopes
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Quando o falecido líder venezuelano Hugo Chávez buscou
uma integração com o governo de Cuba, a ponto de dizer que as duas nações
formavam uma só, o objetivo parecia claro. Cada uma delas entraria com o que
possuía de próprio: a Venezuela com o dinheiro e Cuba com a ideologia
comunista.
Haveria vantagem para ambos os lados. Para Cuba,
arrasada moral e materialmente por mais de 50 anos de opressão comunista, o
dinheiro era extremamente bem-vindo para manter o regime. Quanto à Venezuela,
Chávez tinha necessidade de rechear com a doutrina comunista a empada vazia do
bolivarianismo.
Acontece que nesse casamento de conveniência, uma das
partes falhou redondamente. Chávez morreu, o dinheiro acabou, e os irmãos Castro
se viram obrigados a procurar outras fontes de financiamento para manter o
comunismo na ilha. Parecem ter encontrado agora uma arca promissora de dólares
junto ao presidente americano Barack Obama, sob as bênçãos do Papa Francisco.
Maduro, por seu lado, busca na China uma sustentação para a sua
utopia.
Apesar disso o casamento cubano-venezuelano não se
desfez, mantendo-se indissoluvelmente unido pelo laço ideológico, ao menos por
enquanto. O que é fácil compreender, pois antes e acima de ser um regime
político, o comunismo é uma seita filosófica dotado de uma doutrina e de dogmas,
que visa apoderar-se dos povos e das nações para reduzi-los a um igualitarismo
escravocrata, antinatural e malsão. É um casamento sectário.
Alguns dados recentes nos falam da perseverança dessa
união, para infelicidade dos povos de Cuba e da Venezuela.
Ex-aliado de Hugo Chávez, o general da reserva Antonio
Rivero – que deixou as Forças Armadas venezuelanas denunciando a sua cubanização
e vive agora refugiado em Nova York – informou que 20% dos 100 mil cubanos que
se encontram atualmente na Venezuela foram treinados para a guerra. Eles estão
ali para velar pelos interesses de Havana no caso de setores das Forças Armadas
venezuelanas tentarem pôr fim ao regime de Nicolás Maduro (cfr. “El Nuevo
Herald”, Miami, 30-1-15).
Sob os lineamentos de 15 diferentes acordos de
cooperação militar, Chávez outorgou a Cuba acesso e esquemas de controle sobre
setores- chave da Força Armada venezuelana, incluindo a área de comunicações e
vários sistemas de armas, explicou Rivero.
Em caso de uma tentativa para derrubar o regime de
Maduro, o general disse que a maior resistência proviria dos combatentes cubanos
que se encontram no país, bem como dos cerca de três mil jovens revolucionários
treinados em Cuba e que hoje em dia fazem parte da denominada Frente Francisco
de Miranda.
O plano bolivariano para
tomar as Américas (ao menos a do Sul) está bastante avariado, mas a seita
comunista não desistiu dele.
Além das situações
trágicas da Venezuela e de Cuba, há as crescentes tentativas do bolivarianismo
para se firmar na Argentina, onde a presidente Cristina Kirchner vem abrindo de
par em par as portas para a entrada da China. Os chineses estão também de olho
em outros países latino-americanos, de modo especial no
Brasil.
Aqui eles poderão obter
o apoio da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), cuja atuação indica
uma tendência a apoiar as reformas socialistas no País.
O principal obstáculo
até agora encontrado para a realização desse plano multiforme tem sido a falta
de apoio – e em muitos casos a oposição declarada – da opinião latino-americana
às diversas investidas, claras ou veladas, da seita comunista no
Continente.
O embate continua. O
importante é não esmorecer na luta contra essas tentativas
malsãs.
(*) Gregorio
Vivanco Lopes é advogado e colaborador da ABIM
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