sábado, 28 de março de 2015

Após cheia, produtor de peixe tenta recuperar prejuízo na Semana Santa


'Agora é tentar recuperar o prejuízo e vender o que sobrou', diz produtor.
Feira do Peixe em Rio Branco ocorre até o dia 3 de abril, na Ceasa.

Aline Nascimento Do G1 AC
Marcos Silva (dir.) conta que perdeu de 4 a 5 mil peixes com a enchente do rio (Foto: Aline Nascimento/G1)Marcos Silva (esq.) conta que perdeu de 4 a 5 mil peixes com a enchente do rio (Foto: Aline Nascimento/G1)
Após perder mais da metade da produção de peixe com a cheia do Rio Acre, o produtor Marcos Silva, de 27 anos, morador do município de Acrelândia, distante 105 km de Rio Branco, diz que quer aproveitar a Semana Santa para tentar recuperar parte do prejuízo. Silva é um dos 45 piscicultores que participam da Feira do Peixe e Agricultura Familiar, que ocorre na capital, na Central de Abastecimento de Rio Branco (Ceasa), localizada no bairro Sobral, até o dia 3 de abril.
De acordo com Silva, em 2014 ele levou 12 toneladas de peixe para a feira e conseguiu vender toda a produção. Mesmo com o prejuízo que teve com a cheia, ele pretende lucrar com o que levou para vender.
"Esse ano é a segunda vez que venho. Trouxe 5 toneladas de peixe, bem menos do que no ano passado, quando trouxe 12 toneladas. Acho que vou vender de 4 a 5 toneladas. Meu açude alagou, passou água por cima do tanque de peixes. Não tem nem como calcular o prejuízo, mas acho que deve ser de aproximadamente 4 a 5 mil quilos de peixe. Agora é tentar recuperar o prejuízo vendendo o que sobrou", lamenta.
Já para o funcionário público Paulo Junior, de 31 anos, que ajuda a vender as 15 toneladas de peixes do açude do pai, esse ano as vendas serão melhores do que no ano passado, quando a família de produtores vendeu 10 toneladas. Ele conta que apesar da alagação, o pai conseguiu recuperar toda a produção de peixes da família.
Paulo acredita que vendas serão melhores esse anos (Foto: Aline Nascimento/G1)Paulo acredita que vendas serão melhores esse anos (Foto: Aline Nascimento/G1)
"Estamos com uma boa expectativa de vendas para esse ano. Não fomos atingidos diretamente pela enchente, porque nossa fazenda fica distante do rio, mas nosso açude ainda encheu bastante. Felizmente a produção de peixe não foi afetada", diz.
Ducilene da Silva, de 43 anos, exibe várias frutas na barraca montada logo na entrada da feira. Agricultora há 15 anos, Ducilene revela que com a alagação, um igarapé próximo de sua fazenda, localizada na BR-317, transbordou e atingiu sua plantação de limão e laranja, o que causou um prejuízo de R$ 400. Para vender os produtos que perdeu com a cheia, a agricultora diz que precisou comprar de outro agricultor.
"A expectativa é de que as vendas sejam melhores que ano passado e esse ano quero vender o dobro. Nossas plantações ficaram embaixo da água, perdemos muita coisa com a cheia, porém, estou confiante que vou vender tudo e lucrar", torce.
Enchente levou plantação de limão e laranja de Ducilene, agricultora precisou comprar esses produtos para revender na feira (Foto: Aline Nascimento/G1)Enchente levou plantação de limão e laranja de Ducilene, agricultora precisou comprar esses produtos para revender na feira (Foto: Aline Nascimento/G1)
Feira do Peixe e Agricultura Familiar
Segundo coordenador da Ceasa, Paulo Sérgio Branã, a expectativa é vender 130 toneladas de pescado e 450 toneladas de hortifrutigranjeiros, somando um valor de R$ 2,6 milhões apenas na Ceasa, durante a Semana Santa. Ele conta que a meta é maior que do ano anterior, quando foram arrecadados R$ 2,4 milhões.
"Nossa expectativa é de R$ 200 mil há mais do ano passado. Só aqui na Ceasa esperamos um público de 130 mil pessoas e nos outros locais, um público de 70 mil pessoas", diz.
Feira pretende comercializar 130 toneladas de pescado durante Semana Santa (Foto: Aline Nascimento/G1)Feira pretende comercializar 130 toneladas
de pescado durante Semana Santa
(Foto: Aline Nascimento/G1)
Branã explicou ainda que a Feira do Peixe e Agricultura Familiar está sendo realizada simultaneamente em outros locais da cidade nos mercados Elias Mansour, Estação Experimental, Seis de Agosto, Cidade do Povo, Feira de Pescadores da Avenida Amadeo Barbosa, Arena de Esportes Radicais com a Comunidade do Quixadá.
Para  Brana, apesar da enchente ter afetado vários agricultores, a população vai encontrar todos os produtos que precisa na feira. Ele afirma que as produções dos agricultores que não foram atingidos pela alagação é suficiente para atender a demanda da Semana Santa.
"A cheia afetou as produções, é claro que isso prejudica um pouco as vendas, mas, temos aqueles produtores que moram mais distantes do rio e não tiveram perda nas produções então, não vamos ter prejuízo de oferta  aqui na feira. A população vai chegar aqui e vai ter o pescado, hortaliças e demais produtos para comprar", finaliza.

Na feira da Ceasa, além do pescado, podem ser encontrados produtos hortifrutigranjeiros, artesanato, venda de plantas, além de serviços de saúde e atendimento social e atrações musicais.

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