segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Chuva fica 40% abaixo da média na cidade de SP em janeiro, diz Inmet


Capital paulista registrou 156,2 mm de precipitação no primeiro mês do ano.
Mooca, Vila Prudente e Ipiranga foram regiões com mais chuva, diz CGE.

Do G1 São Paulo
Carcaça de um carro pichado com a frase 'Bem-vindo ao Deserto da Cantareira' é visto sob uma ponte que cruza trecho de reserva da Cantareira em Nazaré Paulista (SP) (Foto: Roosevelt Cassio/Reuters)Carcaça de um carro pichado com a frase 'Bem-vindo ao Deserto da Cantareira' é visto sob uma ponte que cruza trecho de reserva da Cantareira em Nazaré Paulista (SP) (Foto: Roosevelt Cassio/Reuters)
O índice de chuva registrado em janeiro deste ano na cidade de São Paulo ficou 40% abaixo do esperado para o mês, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O acumulado foi de 156,2 milímetros de chuva no período. A média histórica é de 260 mm.
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CHUVA EM SP  -  JANEIRO/2015                  
Chuva registrada
Média histórica
156,2 mm
260 mm
Regiões com mais chuva em SP
Mooca
308,3 mm
Vila Prudente
280,1 mm
Ipiranga
271,1 mm
(Fonte: Inmet/CGE)
Se considerarmos apenas a situação dos reservatórios, que ficam em outras cidades da Grande São Paulo, o Cantareira teve 54,6% das precipitações esperadas e o Alto Cotia, 34,5% (veja detalhes abaixo).
As precipitações devem ficar abaixo da média pelo menos até abril, segundo previsão do Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério de Ciência e Tecnologia. O resultado foi divulgado em 16 de janeiro, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.
Chuva em janeiro
Em janeiro de 2014, o índice de chuva foi de 237,9 mm na capital. O registro mais baixo no mês de janeiro na cidade ocorreu em 1964, com acumulado de 94,8 mm. A medição histórica é feita pelo Inmet no Mirante de Santana, na Zona Norte. Por isso, estações mantidas por outros órgãos não são usadas para efeito de comparativo histórico, mas é comum que elas apresentem valores mais altos em outras regiões da cidade.
O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), vinculado à Prefeitura de São Paulo, por exemplo, registrou 187 mm de chuva na capital em janeiro, índice 28,8% menor do que o volume esperado para o mês. O cálculo é feito com a média dos dados das 26 estações do CGE instaladas pela cidade.
 
A região que registrou mais chuva em janeiro foi a Mooca, na Zona Leste, com 308,3 mm, seguida da Vila Prudente, também na Zona Leste, com 280,1 mm, e do Ipiranga, na Zona Sul, com 271,7 mm. As estações foram as únicas que ficaram acima do volume esperado para o mês, de 262,5 mm.
O meteorologista do CGE Michael Pantera explicou que os índices acima da média são resultado de chuvas localizadas que atingiram apenas alguns pontos da cidade com mais intensidade, mas não compensam a falta de precipitação em outros pontos da Grande São Paulo.
"A chuva localizada ocorre por causa da 'ilha de calor' formada em São Paulo em decorrência da concentração de concreto, associada ao aumento da umidade e também à brisa marítima. São chuvas fortes, mas em alguns pontos, que causam enchentes e alagamentos, mas não resolvem a situação dos mananciais", explicou o meteorologista.
Um bloqueio atmosférico também impediu que frentes frias chegassem até o estado de São Paulo e, por isso, as chuvas generalizadas não ocorreram no primeiro mês do ano, assim como em outros meses de 2014. "Janeiro é o mês mais chuvoso do ano, e a gente vem de uma sequência grande de chuva abaixo da média", disse Pantera.
Cantareira arte 02 de fevereiro (Foto: Editoria de arte/G1)
Sistemas abaixo da média
O Guarapiranga foi o único entre os seis sistemas que abastecem a região metropolitana de São Paulo a fechar janeiro com mais chuvas do que a média histórica para o mês, segundo dados da Sabesp. O Cantareira teve 54,6% das precipitações esperadas e o Alto Cotia, 34,5%.

O Guarapiranga, que tem capacidade de 171 bilhões de litros, operava com nível de 47,9% no domingo (1º). Ele abastece 5,2 milhões de pessoas, parte delas moradores da capital que recebiam água do Cantareira, responsável agora pelo abastecimento de 6,2 milhões de habitantes.
Sistema
Chuvas acumuladas em janeiro
Média histórica do mês
% da chuva esperada
Volume atual do sistema
Cantareira
148,2 mm
271,1 mm
54,6%
5%
Alto Tietê
103,8 mm
251,5 mm
41,3%
11%
Guarapiranga
248 mm
229,3 mm
108%
47,9%
Alto Cotia
80 mm
232,0 mm
34,5%
28%
Rio Grande
245,2 mm
251,5 mm
97,5%
75%
Rio Claro
252,5 mm
298,9 mm
84,5%
29,2%
Fonte: dados divulgados pela Sabesp
As represas do Cantareira receberam 148,2 mm de chuvas em todo o janeiro, contra 271,1 mm esperados para o mês, ou 54,6%. Em janeiro do ano passado, o sistema recebeu 33,7% da precipitação esperada. Apesar da melhora no percentual de chuvas, o impacto dessa elevação do sistema é pequeno porque a terra está mais seca. No primeiro mês do ano passado, o reservatório tinha 22,2% e agora está com 5% da capacidade, já contando duas cotas do volume morto.
Fevereiro começa com queda
O Sistema Cantareira começou fevereiro em queda após sete dias com estabilidade. No domingo (1º), as represas tinham 5% da capacidade, contra os 5,1% que apresentavam desde 25 de janeiro, segundo dados da Sabesp divulgados nesta manhã.
Entre os seis sistemas que abastecem a região metropolitana, o Cantareira foi o que recebeu o maior volume de chuvas neste sábado (31): 10,7 mm. A chuva não foi suficiente, no entanto, para conter a queda no nível das represas. Janeiro foi o 12º mês no Cantareira com precipitação abaixo da média história desde janeiro de 2014, início da crise.
A última vez em que o Cantareira subiu foi no dia 26 de dezembro de 2014. De lá para cá, se manteve estável ou perdeu mais água do que recebeu. A última sequência de quedas, entre 12 e 25 de janeiro, foi a terceira maior desde o início da crise hídrica, no começo do ano passado. O sistema já utiliza sua segunda cota de volume morto.
Confira o níveis dos sistemas que atendem a Grande São Paulo:
Cantareira: caiu de 5,1% para 5%
Alto Tietê: subiu de 10,8% para 11%;
Guarapiranga: caiu de 48,1% para 47,9%;
Alto Cotia: caiu 28,4% para 28%;
Rio Grande: subiu de 74,7% para 75%;
Rio Claro: subiu de 28,3% para 28,8%.
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Carros e funcionários da Sabesp são vistos do alto perto de uma estrutura na represa de Jaguari, integrante do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)Carros e funcionários da Sabesp são vistos do alto perto de uma estrutura na represa de Jaguari, integrante do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)

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