sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Fraudes estão cada vez mais evidentes no ensino básico



Luiz Carlos de Freitas
Redes de ensino, na corrida pelo melhor IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), estão pressionando seus professores a deixarem de dar o conteúdo de outras disciplinas que não sejam português e matemática e usar o tempo para fazer recuperação ou treinar seus estudantes em simulados de português e matemática. A ordem é direta, em alguns casos, dada por coordenadores pedagógicos aos professores.
Em uma delas, a nota que o aluno tira em português e matemática vale também para as demais disciplinas omitidas, e é simplesmente repetida. A fraude mereceria apuração pelo Ministério Público pelo grave dano ao direito de aprender das crianças e mostra como as políticas dos reformadores empresariais que, em tese, são propostas para garantir tal direito, terminam por roubá-lo quando implementadas nas escolas.
Alunos e professores são ranqueados e festas comemoram os vitoriosos. Empresas de consultoria orientam estas redes.
ESTREITAMENTO DO CURRÍCULO
É a maior evidência relatada do chamado estreitamento curricular produzido pelo uso intensivo de exames. Um verdadeiro vale tudo. O IDEB das redes, em alguns casos, é alto às custas da má formação das crianças nas demais disciplinas.
Os professores precisam se organizar para fazer a denúncia destas situações. A dificuldade em algumas delas é que os professores são contratados pela CLT, não têm estabilidade e podem facilmente ser demitidos se discordarem das medidas, não as implementarem ou até mesmo se as denunciarem.
Esta é uma das razões pelas quais os professores precisam ter estabilidade no emprego. E é por isso também que os reformadores empresariais não gostam da estabilidade.
(artigo enviado por Antonio Rocha)

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