Motoristas que deixaram para última hora reclamam de falta do produto.
Desde o dia 1º, rodar com extintor do tipo BC pode dar multa de R$ 127.
Troca do extintor BC pelo ABC é obrigatório por lei
(Foto: Reprodução/TV Tem)
Desde a última quinta-feira (1), todos os veículos em circulação no
país devem ter extintor do tipo ABC - até então, os do tipo BC também
valiam. A resolução que definiu a mudança é de 2009, mas muito
proprietários deixaram para a última hora e agora não encontram novo
extintor para comprar em diversas regiões do Brasil.(Foto: Reprodução/TV Tem)
A mudança até mudou os planos da do réveillon da agente de viagens Amanda Ribeiro, 36 anos, que não conseguiu comprar o novo modelo, mesmo depois de passar por 15 estabelecimentos e rodar 30 km no dia 31 de dezembro.
"Eu ia passar a virada em uma chacará em Cotia (na região metropolitana de São Paulo), mas voltei às 23h e passei em casa. Tem um posto policial na (rodovia) Raposo Tavares. Meu carro é 99. Foi para não arriscar, porque eles devem parar os carros mais velhos. A probabilidade de ter o extintor antigo é maior", afirmou.
O problema afeta também quem já tinha extintor do tipo ABC, mas ele venceu recentemente. Esté é o caso da advogada Meire Toledo antos de Oliveira, 43 anos. Ela percorreu 15 lojas na região do Morumbi e do Capão Redondo, em São Paulo, e só ouviu que novos extintores chegarão apenas a partir de 7 de janeiro. "Alguns postos estão aceitando encomendas por cerca de R$ 80", disse.
Desde 2005, todos os veículos novos já saíram de fábrica com os equipamentos do tipo ABC, de acordo com a resolução 157 do Contran. Quem rodar com o extintor fora das especificações, seja do tipo de aparelho, seja de validade, está cometendo infração grave, sujeito a multa de R$ 127,69 e inclusão de cinco pontos na carteira. E não terá desculpa.
De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), não há nenhum estudo ou possibilidade de suspensão da multa no momento, por causa da dificuldade de encontrar o extintor nas lojas. A resolução de 2009 deu quase 5 anos para que todo mundo se adequasse, e a falta do produto no mercado é devido a falta de organização, segundo afirmou o órgão federal ao G1.
A mudança ocorreu porque o extintor antigo, do tipo BC, é recomendado para materiais como líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. O ABC, além destes, também é capaz de combater incêndios em madeira e tecidos, materiais comuns em carros.
Os últimos dias de 2014 tiveram alta procura pelo item obrigatório nos automóveis. No Espírito Santo, os extintores custavam R$ 80, mas segundo o responsável por um posto de gasolina, é provável que o preço aumente quando o produto voltar ao mercado, devido à grande procura.
Em Fortaleza, uma das maiores lojas especializadas vendeu 3 mil unidades só em dezembro e o estoque acabou antes do Natal. Na capital do Acre, Rio Branco, o extintor chega a custar R$ 150 e há uma lista de espera.
No Mato Grosso do Sul, o sindicato local de postos (Sinpetro) diz que é difícil de encontrar o produto há cerca de 30 dias. Em Marília, no interior de São Paulo, um posto vendeu em dezembro 6 vezes mais que o normal e ficou sem estoque. Em São José do Rio Preto (SP), uma loja vendeu 4 mil unidades em um só dia.
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