Foto: Marcela Mattos/ Veja
Vice-líder do PMDB na Câmara, Lúcio Vieira Lima
O corte de benefícios sociais anunciado pelo governo na noite
de segunda-feira (29) produziu mal-estar entre os filiados de partidos
governistas no Congresso. Vem do PMDB a primeira verbalização do
desconforto: “Por que o trabalhador tem que ser a primeira vítima do
ajuste fiscal?”, indaga o deputado baiano Lúcio Vieira Lima, vice-líder
do PMDB e entusiasta da candidatura do correligionário Eduardo Cunha à
presidência da Câmara. Para Lúcio, antes de cortar direitos
trabalhistas, impondo restrições no acesso ao seguro-desemprego, abono
salarial do PIS, auxílio-doença e pensões, o governo teria de cortar “na
própria carne”. O deputado pergunta: “Por que tanto desinteresse em
enxugar a máquina pública? Se os cortes são inevitáveis, por que manter
39 ministérios?” O próprio vice-líder do PMDB responde: “O Planalto vai
mandar para o Congresso a medida provisória propondo o que o ministro
Aloizio Mercadante [Casa Civil] chamou de ‘correção de distorções’. Eles
acham que controlam o Parlamento distribuindo 39 ministérios. Espero
que não venham pedir a nenhum outro partido para relatar essa medida
provisória. O relator tem que ser do PT.” E se a relatoria couber ao
PMDB? “Creio que o PMDB não deve aceitar, mesmo que, no sistema de
rodízio, a relatoria cair para a legenda”, diz Lúcio. “O relator dessa
medida provisória ficará carimbado como responsável pelo corte de
benefícios sociais. O carimbo vai para o deputado que relatar e para o
partido dele. Nada mais natural que o PT assuma a responsabilidade de
justificar as medidas.” POLITICA LIVRE
Josias de Souza, Blog do Josias
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