segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Empresas garantem empregos e cursos para presidiários no Ceará


Parceria foi firmada entre o Conselho Nacional de Justiça e empresas.
Empresas são de pequeno e médio porte de diferentes segmentos.

Do G1 CE
Empresas do Ceará vão disponibilizar postos de trabalho e cursos de capacitação profissional para presos e egressos do sistema carcerário. Esse é o resultado da parceria firmada entre as empresas e o Programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que atua na sensibilização de órgãos públicos e sociedade civil para  garantir a empregabilidade a essas pessoas como forma de diminuir os índices de reincidência no crime. As empresas, de pequeno e médio porte, atuam em diferentes segmentos como supermercados, cosméticos, produtos elétricos, contabilidade e construção civil.
Uma das empresas é a Romazzi, do segmento de materiais elétricos, que mantém um núcleo de 11 detentos na empresa. De acordo com Lara Siebra Pinheiro, coordenadora de recursos humanos da Romazzi, a empresa oferece treinamento para os internos, que atuam na montagem de materiais elétricos semiacabados, realizado por um funcionário que foi contratado após terminar de cumprir sua pena. “Quando vemos que uma pessoa foi recuperada e deu outra destinação à sua vida, ficamos muito gratos, sentimos que a empresa está cumprindo a sua contribuição social”, diz Lara.
Os internos que trabalham no núcleo da Romazzi têm uma meta de produção diária de 10 quilos em peças eletrônicas, que são encaminhadas para a empresa, situada no polo industrial de Maracanaú, na Grande Fortaleza, para acabamento final e embalagem. De acordo com Lara, há  "ansiedade e vontade deles" em trabalhar após o cumprimento da pena. “Sempre dizemos que aqueles que tiverem uma boa conduta poderão ter essa oportunidade”.
Para José Marrom, proprietário da Marrom World Contabilidade e Emplacamentos, empresa de pequeno porte que conta com três funcionários, a principal barreira que os presidiários enfrentam ao ingressar no mercado de trabalho é o preconceito. A Marrom Contabilidade teve a experiência de contratar, há um ano e meio, um presidiário do regime aberto para serviços de contabilidade e, após o término da pena, o jovem de 28 anos deixou a empresa porque conseguiu emprego em uma farmacêutica, em um cargo mais alto. “Após ter a oportunidade de trabalhar, ele não voltou mais para o crime e eu não teria problemas em receber outra pessoa nessa condição”, disse José Marrom.

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