sábado, 30 de agosto de 2014

Temendo ebola, AC pede ajuda para controlar entrada de senegaleses


Pedido para atuação do MS na fronteira já foi feito ao governo federal.
Ministra Ideli esteve no Acre, nesta sexta-feira (29), e pediu 'entrada legal'.

Yuri Marcel Do G1 AC
Secretário de Justiça e Direitos Humanos do AC disse que pedido para Ministério da Saúde já foi feito (Foto: Yuri Marcel/G1)Secretário de Justiça e Direitos Humanos do AC disse que pedido para Ministério da Saúde já foi feito (Foto: Yuri Marcel/G1)
O governo do Acre quer uma equipe do Ministério da Saúde na fronteira do estado com o Peru para controlar a entrada de imigrantes senegaleses por causa do vírus ebola. De acordo com o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, o pedido já foi feito ao governo federal e reforçado, nesta sexta-feira (29), durante a visita da  ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) Ideli Salvatti, ao estado.
 
O anúncio do pedido foi feito durante a visita da ministra ao abrigo para imigrantes mantido pelo governo do estado. Mourão ressaltou que a medida se refere apenas aos imigrantes senegaleses.

"Já notificamos o governo federal e a ministra veio ver in loco e vai envidar todos os esforços para que nos próximos dias tenhamos uma equipe do Ministério da Saúde fazendo triagem e controle absoluto dos senegaleses na fronteira. Os haitianos não têm esse problema, mas no caso dos senegaleses isso vai ser feito. O que queremos é acelerar esse processo”, disse.

Atualmente existem 267 imigrantes no abrigo mantido no Acre e embora a maioria tenha vindo do Haiti, 39 são do Senegal, país que teve o primeiro caso confirmado de ebola pelo Ministério da Saúde do país, nesta sexta-feira (29).

Ebola
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a África Ocidental enfrenta  a maior epidemia de ebola em número de pessoas contaminadas, vítimas fatais e extensão geográfica, desde a descoberta da doença em 1976.

De acordo com um balanço da OMS divulgado na última quinta-feira (28),  já são 1.552 mortos pela doença. Mais de 40% de um total de 3.069 casos foram registrados nos últimos 21 dias. A situação fez com que a organização declarasse a epidemia como emergência pública sanitária internacional.

Em visita ao abrigo no Acre, ministra pediu que imigrantes procurem embaixadas brasileiras (Foto: Yuri Marcel/G1)Em visita ao abrigo no Acre, ministra pediu que imigrantes procurem embaixadas brasileiras (Foto: Yuri Marcel/G1)
Ministra faz apelo para que imigrantes entrem de forma legal no país
Cumprindo agenda no Acre, a ministra Ideli Salvatti fez um apelo para que os imigrantes que estão no abrigo mantido em Rio Branco orientem familiares e amigos que desejam vir ao Brasil a procurar as embaixadas brasileiras em seus países de origem e façam a imigração de maneira legal.

Durante uma conversa com os imigrantes, a ministra reforçou que o Brasil possui política de portas abertas para recebê-los e pediu o apoio para que essa política fosse divulgada. "As embaixadas brasileiras estão orientadas a acolher e facilitar a vinda legal dos imigrantes para o Brasil. Não venham pelos coiotes, pelas embaixadas é mais seguro, mais correto e será inclusive mais rápido", enfatizou.

Ela acredita que dessa forma pode ainda reduzir o fluxo de imigrantes que entram no país pelo Acre. "Se eles entram pela rota legal não virão para o Acre, mas para São Paulo, Rio, Belo Horizonte, outros pólos onde há condição melhor de acolhimento e mercado de trabalho, que é o que eles estão procurando", afirmou.

De acordo com a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos no Acre (Sejudh) desde dezembro de 2010, o Acre já recebeu mais de 20 mil imigrantes que chegam ao Brasil através da fronteira entre o estado e o Peru. A maioria, são haitianos que buscam reconstruir a vida, após o terremoto que devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe, porém, outros imigrantes vindos de países como o Senegal e a República Dominicana também utilizam a rota.

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