terça-feira, 1 de julho de 2014

Parque do Povo oferece mais de 600 tipos de drinks em Campina Grande


Bebidas são produzidas com diferentes de cachaças produzidas na Paraíba.
Artigos são um atrativo a mais para os turistas e forrozeiros.

Rafael Melo Do G1 PB
'Bom que dói', feito com cachaça brejeira, leite condensado ou açúcar e planta secreta, é vendida no Parque do Povo, em Campina Grande (Foto: Rafael Melo/ G1)'Bom que dói' é feito com cachaça brejeira, leite condensado e planta secreta (Foto: Rafael Melo/ G1)
Capeta, Bom que dói, Bruxo, Pau do Índio, Dona Encrenca, Quentão, Xoxota, Xixi de Anjo, Viagra, Juízo. Estes nomes incomuns batizam cachaças e drinks produzidos na Paraíba e comercializadas na festa junina de Campina Grande, o ‘Maior São João do Mundo’. No Parque do Povo o G1 encontrou mais de 600 tipos de bebidas diferentes e pouco habituais em outras festas.
Logo na entrada do Parque do Povo pela parte superior, o visitante encontra o quiosque de Carmen Lúcia, que há 21 anos trabalha na festa. No espaço são comercializadas as caipirinhas ‘Capeta’ e ‘Xoxota’. “Eu criei meus filhos trabalhando com a venda dessas cachaças e hoje eles me ajudam a administrar o pequeno negócio. A ideia dos nomes é para chamar a atenção dos clientes, mas a receita é diferente mesmo”, disse. E a estratégia tem funcionado.
Um grupo de caminhoneiros do Paraná estava na cidade e resolveu visitar a festa. O trio provou da 'Capeta' e aprovou. “Boa demais esta festa e a bebida também, tem até 'Xoxota' para vender”, brincou Vanderson Soares. Sobre os ingredientes, Carmen Lúcia faz mistério e revela apenas que utiliza até vinho na caipirinha.
Nos bares é possível comprar absinto, mas também tem uma bebida 'mágica' regional, a cachaça do Bruxo, em um quiosque na rua Sebastião Donato. O dono do empreendimento e bruxo, José da Silva, ganhou o apelido por causa das composições que criou. São doze sabores da cachaça brejeira, que é preparada com ingredientes diferentes, como café, baunilha, capuccino, menta. A bebida é mais doce e comercializada por R$ 6. Até 100 garrafinhas de 200 ml são vendidas por noite.
Andando um pouco mais, o apreciador encontra uma cachaça muito famosa na cidade e que só é vendida na festa realizada no mês de junho. O drink 'Bom que dói' tem nome diferente e gosto também. A cachaça utilizada é a brejeira, preparada com leite condensado ou açúcar, além de uma planta não revelada pela comerciante Francilda dos Santos para não divulgar o segredo. A cachaça é vendida em doses que custam R$ 2 e cerca de 30 litros são comercializados por dia, em média mil doses. Junto à dose, uma uva é entregue para diminuir o efeito forte do álcool.
Na parte superior do Parque do Povo é possível encontrar a cachaça 'Dona Encrenca', que brinca com o fato da bebida alcoólica trazer problemas a quem bebe. A cachaça é brejeira de alambique de cobre e o material do alambique influencia no resultado final, deixando a caninha mais saborosa. A composição leva 49% de álcool e é acompanhada de um pedaço de rapadura, para aliviar o álcool. A barraca da 'Dona Encreca' vende também o 'Quentão Nordestino', bebida tradicional nas antigas festas juninas, que consiste em uma cachaça com mel de rapadura.
“É juízo na cabeça pra não fazer besteira”, brincou Ivyne Araújo, fazendo alusão à bebida e à música em Campina Grande. (Foto: Rafael Melo/ G1)“É juízo na cabeça pra não fazer besteira”, brincou Ivyne Araújo, fazendo alusão à bebida e à música (Foto: Rafael Melo/ G1)
Na Rua Frei Caneca, paralela ao parque, um bar especializado em cachaça comercializa mais de 600 tipos da bebida preferida dos nordestinos. Além das marcas regionais em garrafas tradicionais, há várias prateleiras com bebidas dentro de potes de vidro e com uma grande variedade de misturas. O cliente pode provar cachaça de pera, goiaba, uva, cupuaçu, feijão, cebola e várias outras. São cachaças de raízes e amadeiradas, os sabores se dividem entre doces, amargas, picantes e exóticos e as garrafas custam em torno de R$ 20, mas há litros de bebidas raras e antigas que ultrapassam o valor de R$ 7 mil. A bebida 'Xixi de Anjo' é a mais fraca e mais vendida.
Uma prática tradicional entre os bebedores é apreciar os caldinhos, que têm até 15 sabores diferentes, para espantar o frio que tem feito em Campina Grande de até 17º C. O acompanhamento dos caldinhos, que custam R$ 5, é uma caninha ou a cachaça com mel.
Depois dessas cachaças todas difícil é manter o juízo. Aliás, pensando nisto, o ‘Barzin’ vende um drink, cuja fórmula não revela, chamado'Juízo'. São vendidas de 300 a 400 por noite com o preço de R$ 5. O espaço fica no pátio dos shows. “É juízo na cabeça pra não fazer besteira”, brincou Ivyne Araújo, fazendo alusão à bebida e à música.

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