Aécio acerta ao demonstrar a monstruosidade moral cometida pelo PT contra a funcionária do Santander
Na guerra política, se nosso adversário comete uma atrocidade, devemos expô-la com assertividade, sob o risco de se não fizermos isso sermos coniventes com o barbarismo.
Ocorre que em conflitos o cérebro humano entende as comunicações tanto de indignação como de complacência em direção a uma indignidade. Quando nós não somos assertivos ao criticar uma monstruosidade, acabamos sub-comunicando que o perpetrador da barbárie “pode estar correto”. Em outras palavras, se deixamos de apontar algo como inerentemente imoral e apenas dizemos “parece meio erradinho, não?”, podemos termina ajudando algum crápula por aí.
Tempos atrás eu dei coaching a uma analista que vivia tomando “bola nas costas” de um gestor de produto, que sempre a colocava em maus lençóis. Ele jamais formalizava suas solicitações de mudança, e, ingenuamente, a analista jamais o fazia formalizá-las. Resultado: quando o projeto afundava, a culpa era da analista. Quando eu a questionei, ela disse: “É, esse gestor não tem jeito mesmo, né?”. Eu me indignei, dizendo: “Você não pode encarar dessa forma, com tal conformismo e conivência. Ele está afundando sua carreira!”. Ela foi melhorando, ao ponto em que eu fiquei orgulhoso quando ela recusou implementar novos requisitos sem o cliente formalizar por e-mail a mudança, se responsabilizando pelos impactos na entrega.
Então é assim: ou somos assertivos no momento de demonstrarmos nossa indignação com algo que consideramos errado ou então devemos reconhecer termos colaborado para que as vilezas aconteçam.
Por sorte, Aécio Neves tem sido mais assertivo ultimamente, como quando falou que o Santander apenas explicitou ceticismo do mercado. Veja mais, conforme matéria do Globo:
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, criticou nesta segunda-feira (28) a reação da presidente Dilma Rousseff e do PT no episódio da carta enviada pelo Santander a clientes de alta renda, na qual o banco sugeria uma piora do cenário econômico com eventual reeleição de Dilma.Sim, eu sei que ele não foi tão assertivo quanto eu seria. Mas ele é candidato e eu não. Pelo menos, o recado está dado.
Para Aécio, não há interferência dos mercados no sistema político e eleitoral. Segundo ele, o que o extrato enviado pelo banco fez foi apenas explicitar um ceticismo geral do mercado com relação ao atual governo.
“Não adianta o dirigente partidário questionar, cobrar demissões dentro de uma instituição financeira porque teriam que demitir praticamente todos os analistas de todas as instituições porque todos eles são muitos céticos em relação ao cenário da economia brasileira se continuar o atual governo. O que o Santander fez foi explicitar isso”, disse o tucano, em entrevista a jornalistas, em São Paulo.
Ele falou sobre o tema após participar de encontro com empreendedores sociais na Zona Sul da capital paulista.
Mais cedo, Dilma falou sobre o episódio envolvendo o Santander e afirmou que tomaria atitude “bastante clara” em relação ao banco.
Para Aécio Neves, não é adequado “pedir que cabeças rolem”. “A resposta adequada não é a de questionamento de uma nota ou pedir que cabeças rolem. A resposta adequada do governo seria garantir um ambiente estável, de confiança, regulado, para que o investimento pudesse voltar ao país para que a inflação pudesse ser controlada, para que tivéssemos um crescimento da economia que não fosse o pífio que estamos vivendo”, acrescentou.
O candidato não quis comentar sobre o que achou do envio da nota para o segmento de clientes mais ricos do banco, mas disse concordar com a análise feita pelo analista do Santander.
“Infelizmente, para o Brasil de hoje, quanto mais provável, eventualmente, estiver a reeleição da presidente, os indicadores econômicos serão piores”, afirmou Aécio, acrescentando que, na sua opinião, um avanço maior dos candidatos de oposição nas pesquisas tende a melhorar as expectativas em relação ao futuro da economia.
Agora é o momento onde apenas a constatação de uma imoralidade não é o suficiente. Estamos em um momento para muita, mas muita indignação em relação a fato de um governo ter pedido demissão de uma funcionária que apenas falou o óbvio ululante.
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