Revista inglesa destaca a possibilidade da presidente não ser reeleita
A revista
inglesa The Economist publicou um texto nesta quarta-feira chamando a
atenção para a frágil liderança da presidente Dilma nas pesquisas
de voto para a eleição presidencial de outubro. O autor afirma que
Dilma não é mais invencível como parecia antes e que a derrota é um
cenário possível.
O artigo destaca que em fevereiro deste ano Dilma tinha 55% de aprovação.
Na pesquisa divulgada no dia 29 de abril, essa porcentagem caiu para
48%. João Castro Neves, consultor do Eurasia Group, alerta que se a
aprovação for menor que 40%, a reeleição estará certamente em risco.
A
coluna lembra os motivos que ameaçam o poder de Dilma. A inflação
continua muito alta, se tornando um obstáculo para o pobre que precisa
comer e para a classe média, endividada. Escândalos da Petrobras,
originados na época em que Dilma era chefe do conselho administrativo,
criam dúvidas sobre a capacidade de administração da presidente. Uma
severa seca trouxe medos que possa haver um apagão, já que 80% da
energia do Brasil
vem das hidrelétricas. A Copa do Mundo, por sua vez, deve trazer novos
protestos. Além disso, a um mês do evento, alguns estádios não estão
prontos, assim como infra-estrutura de transportes e hoteleira.
A queda na aprovação da Dilma está se traduzindo em maior apoio
à oposição, principalmente a Aécio Neves, líder do PSDB. Já Eduardo
Campos, do PSB, ainda está atrás de Dilma e Aécio, mas ganhou força
quando Marina Silva, uma popular ex-senadora e ministra do meio
ambiente, confirmou que seria vice-presidente na sua chapa. Os dois
candidatos estão mais vocais nas críticas à Dilma em relação à economia,
que vem crescendo apenas 2% nos últimos três anos, e em relação à
Petrobras.
Por outro lado, o autor garante que Dilma
ainda está no topo das eleições. O desemprego continua mais baixo do que
nunca e o rendimento disponível é estável. A presidente é reconhecida
instantaneamente e ganhará mais tempo na televisão do que Aécio Neves e
Eduardo Campos juntos. De qualquer forma, a corrida está ficando
apertada. Tão apertada que vozes dentro do PT vem chamando Lula para
disputar a eleição no lugar de Dilma. O ex-presidente vem tentando
abafar esses barulhos, mas na medida em que a popularidade de Dilma
diminui, a tendência é que eles aumentem.
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