sábado, 31 de maio de 2014

Médico é flagrado ao bater ponto e sair para trabalhar em outra unidade


Quatro procedimentos foram cancelados devido a ausência do profissional.
O médico de Lages atua em hospital público e foi atender em um particular.

Do G1 SC
A Secretaria Estadual de Saúde de Lages, na Serra catarinense, vai investigar o caso  de um servidor público flagrado batendo o cartão em um hospital público e indo embora para realizar atendimentos numa unidade particular. O caso aconteceu no Tereza Ramos, referência em atendimento público na região. Quatro cirurgias deixaram de ser feitas e foram remarcadas, por falta do médico anestesista que trabalha no Centro Cirúrgico da instituição. O caso será investigado pela Secretaria Municipal de Saúde.
Segundo informações do departamento de Recursos Humanos do Tereza Ramos, o médico registrou no cartão ponto a entrada no hospital, no início da manhã de quarta-feira (28). Ele teria deixado o local logo após sem realizar as cirurgias.
A denúncia envolve o médico anestesista, Fabrício Almeida de Moura que é funcionário do hospital e realiza procedimentos semanalmente. De acordo com a diretora do hospital, Beatriz Montemezzo, os leitos para os pacientes pós-cirúrgicos estavam reservados e prontos. "Houve uma situação única de um profissional anestesista, que não veio a trabalhar e nós estamos buscando o profissional para saber o que aconteceu", afirma a diretora.
Alguns funcionários da instituição pública relataram que o profissional da Saúde teria saído para realizar cirurgias em um hospital particular. Por telefone, a equipe do Jornal do Almoço obteve a confirmação feita pelo denunciante. Um funcionário do hospital particular admitiu que o médico Moura, realizou procedimentos pré-operatórios e acompanhou as cirurgias na quarta-feira (28), durante o horário que deveria estar no hospital público.
O médico anestesista foi procurado pela equipe de jornalismo do Jornal do Almoço e preferiu não falar sobre o assunto.

Falta de anestesistas
Atualmente o hospital Tereza Ramos conta com 11 médicos anestesistas no quadro clínico. O ideal seria dobrar esse número, segundo o médico cirurgião Alceu Fernandes Filho. "Realmente o problema é em todo o estado. Não existe número de profissionais suficiente. Falta, realmente falta. Aqui, apesar dos profissionais se desdobrarem, há falta de anestesistas", declara.
A carência de médicos anestesistas é tão preocupante, que o projeto de ampliação do hospital foi alterado.  A nova torre não terá mais um centro cirúrgico com 10 salas, segundo a diretora da unidade.

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