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*Pe.
David Francisquini
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A mídia tem
sido pródiga em divulgar declarações do ex-presidente do Conselho para a
Promoção da Unidade dos Cristãos, o cardeal Walter Kasper, de 81 anos. Ele acaba
de apresentar mais uma proposta escandalosa: a admissão na comunhão eucarística
de divorciados que tenham contraído novas uniões.
O que a
doutrina católica ensina a respeito? São Paulo deixa claro: a
Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e
formar na justiça. E a Igreja ensina que o casamento é indissolúvel nas
dores e nas alegrias, no luto e nas dificuldades, nas vitórias e nas derrotas,
nos reveses e nas bonanças, nas desilusões e nas esperanças. Caso a união
anterior não tenha preenchido as condições para a sua validade, diz-se que o
casamento não existiu. Portanto, o matrimônio realizado posteriormente,
preenchendo as devidas condições, passa a ser legítimo e verdadeiro.
Aos efésios
confirma São Paulo o Gênesis: o que Deus uniu o homem não separe. O homem
deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher e serão dois em uma só carne.
Ficam excluídos da Eucaristia aqueles que estão em aberta violação da Lei de
Deus.A Igreja não pode abrir as portas deste Sacramento aos cônjuges que violem
ensinamentos multisseculares, pois eles próprios é que resolveram viver em
situação irregular, abandonando com isso a frequência dos
sacramentos.
Já aos
coríntios, ao ensinar as condições para se comer da Carne de Cristo e beber de
Seu sangue, São Paulo aponta o dever de se encontrar em estado de graça, pois
quem o fizer indignamente come e bebe a própria condenação. A Igreja especifica
as condições para o acesso à Eucaristia, a fim de que os fiéis a recebam com
frutos. Nenhuma autoridade humana pode abrir seu acesso àqueles que vivem de
maneira irregular, pois aproximar-se deste Sacramento em pecado mortal constitui
sacrilégio, profanação do Corpo de Cristo.
Ninguém
pode ensinar algo diferente do que foi sempre ensinado, afirma a tradição. São
Paulo adverte: “Ainda
que alguém – nós ou um anjo baixado do céu – vos anunciasse um evangelho
diferente do que vos temos anunciado, que ele seja anátema.”
O que dizer de um eclesiástico que ensina e propõe o contrário daquilo que o
Magistério sempre ensinou? Santo Afonso de Ligório afirma, com base nas Sacras
Letras, que é de fé que os impudicos, os impuros e os fornicadores não possuirão
o Reino dos Céus.
A
iniciativa do cardeal Kasper de tentar liberar a comunhão eucarística aos
recasados acabará por envolver a instituição familiar numa crise sem
precedentes, pois diz respeito aos fundamentos de nossa religião. Essa crise
será também a ruína de muitos que deveriam pregar a boa doutrina. A vida
matrimonial e familiar é sustentada pelos princípios, convicções e certezas
oriundos da Fé, e tudo o que se constrói sobre o sentimentalismo não passa de
edificação fantasiosa.
Cumpre
encontrar soluções para que os recasados se afastem do mau caminho, e não
subterfúgios para abalar ainda mais os já tênues laços familiares, como propõe o
cardeal Kasper. São Paulo recomenda: “Prega a palavra, insiste, quer agrade,
quer desagrade; repreende, suplica, admoesta com toda paciência e doutrina.
Porque virá tempo em que os homens não suportarão a sã doutrina, mas contratarão
para si mestres conforme os seus desejos, levados pela curiosidade de ouvir. E
afastarão o ouvido das verdades para abrirem às
fábulas.”
Terá
chegado esse tempo? – Para o referido cardeal, expoente do progressismo, parece
que sim...
*Pe.
David Franciquini Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria - Cardoso
Moreira-RJ e colaborador da ABIM.
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