quinta-feira, 27 de março de 2014

Gás de cozinha tem reajuste de mais de 60% após enchentes em Rondônia


Em Guajará-Mirim, produto, que antes custava R$ 48, é vendido a R$ 70.
Transporte fluvial tem sido uma alternativa cara para abastecer comércio.

Do G1 RO

Em Guajará-Mirim (RO), a população continua sentido os reflexos da cheia que causou a alagamento das rodovias 364 e 425, que dão acesso ao município. As rotas alternativas por estradas de chão e pelo rio têm ocasionado reajuste no preço de vários produtos. O gás de cozinha já é vendido a R$ 70 a botija, um aumento de 68,57% no valor do produto, que antes custava, em média, R$ 48. O quilo do tomate também quase dobrou, passando a custar de R$ 2,50 para R$ 4,85.
Por conta da situação da região, frutas, verduras, itens de primeira necessidade e gás de cozinha chegam pelo Rio Mamoré, uma alternativa cara para os revendedores. Clézer Lobato, revendedor de gás, afirma que o aumento se dá pelas dificuldades de transporte. "Não tem gás em Porto Velho, esse gás está vindo de Manaus [AM] por barcaças, então a nossa dificuldade é colocar o gás aqui ao preço antigo. É impossível hoje", afirma Lobato. Ele diz, ainda, que chegou a ficar 25 dia sem o produto na revenda.
O agricultor Cristóvão Vargas, que mora na área rural, conta que já deu várias viagens perdidas até conseguir garantir o produto para a família. "É caro, mas precisamos dele", afirma.

Água mineral também tem se tornado artigo de luxo. Nas distribuidoras, os vasilhames estão todos vazios. Quando está disponível, o garrafão de 20 litros é vendido a R$ 10. Nos supermercados não é diferente, as gôndolas vazias mostram que o reabastecimento não está sendo fácil. Os itens que mais sofreram reajuste foram o tomate, a batata e a laranja.
Ana Lúcia trabalha fornecendo marmitas e tem sentido o reflexo no bolso. "Os preços estão altíssimos e a gente não aguenta, porque aí a gente vai ter que aumentar o preço da comida e o pessoal não gosta", conta Ana.
Gerente do supermercado, Eliseu Dambrós, explica que o transporte pelo rio aumentou os custos da empresa em 100%. "O lucro da empresa hoje resume-se em praticamente nada. Verdura é um produto perecível, que tem que ser vendido rapidamente, se não tem uma perda muito alta. No caso acaba sendo um só um repasse das despesas e praticamente não tem lucro, é só para atender aos clientes", finaliza Dambrós.
Os postos de combustíveis também foram afetados neste período de cheia. O produto chega apenas uma vez por semana e o litro é vendido a R$ 3,40, vinte centavos a mais do que era cobrado antes da alagação das estradas.
Estrada Parque
As obras do prolongamento da BR-421, que vai passar por dentro do Parque Estadual de Guajará-Mirim (RO), devem ser concluídas nesta semana. A abertura da Estrada Parque, autorizada pelo Tribunal Regional Federal, vai tirar Guajará e Nova Mamoré do isolamento causado pela cheia do Rio Madeira, que influenciou no nível do Rio Araras e inundou a BR-425. Mais da metade do serviço já foi concluído na região de fronteira.

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