quinta-feira, 27 de março de 2014

Cheia do Mamoré chega a museu e peças históricas são retiradas, em RO


Água invadiu primeiro andar do prédio na Praça dos Pioneiros, em Guajará.
Acervo tem peças da estrada de ferro, animais, moedas, entre outros.

Dayanne Saldanha Do G1 RO

Água invadiu espaço no primeiro andar do Museu Municipal (Foto: Dayanne Saldanha/G1)Água invadiu espaço no primeiro andar do Museu Municipal (Foto: Secretaria de Cultura/Divulgação)
O avanço das águas do Rio Mamoré, em Guajará-Mirim (RO), pode comprometer as instalações do Museu Municipal, localizado na Praça dos Pioneiros, que já foi atingida pela cheia histórica. Peças históricas já começaram a ser retiradas do prédio e a locomotiva instalada em frente à praça corre risco de tombar. Nesta quarta-feira (26), a cota registrada é de 14,14 metros, segundo o Corpo de Bombeiros. A estimativa é que  cerca de 550 famílias foram atingidas pela enchente.
Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, Esportes e Turismo (Semcet), providências já estão sendo tomadas para garantir o menor impacto ao patrimônio. Com a água cobrindo a praça, as locomotivas que fizeram parte da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e, ficam expostas no local, estão bastante deterioradas e há risco de tombar.
Funcionários da Semcet, junto com membros da Associação Amigos do Museu, se uniram para retirar as peças localizadas no primeiro andar do prédio, para evitar que se estraguem. O acervo é baseado em peças da estrada de ferro, animais empalhados, moedas estrangeiras, produtos indígenas, e materiais que contam a história da região.
A Semcet informa que são feitas visitas semanalmente para vistoria. “Sempre vamos com o apoio da Polícia Ambiental, pois com a área alagada, muitas cobras se escondem pelo museu para fugir da cheia”, diz a secretária da Semcet, Wisnete de Paula Ojopi.
Locomotiva está tomada por ferrugem em praça de Guajará-Mirim (Foto: Secretaria de Turismo/Divulgação)Locomotiva está tomada por ferrugem em praça de Guajará-Mirim (Foto: Secretaria de Cultura/Divulgação)
Fechado há cinco anos para reforma, o espaço seria reaberto no início do mês de março, mas com o avanço do rio, a reinauguração só deve acontecer depois que as águas baixarem. “Faremos uma nova pintura em todo o museu, limpeza do espaço e das obras e catalogaremos o acervo para abrirmos para visitação”, informa Wisnete.
Parte do acervo, as locomotivas expostas na praça também correm riscos. Um laudo feito por engenheiros e arquitetos da Secretaria Municipal de Planejamento (Sempla) constatou que há muita ferrugem corroendo grande parte da base das locomotivas. Uma delas, a número 17, instalada no centro da Praça dos Pioneiros, já está inclinada. Com o movimento de pessoas, a força da água e dormentes estragados, a Maria Fumaça corre risco de tombar, mas já foi isolada.
A Semcet diz que há projetos para revitalização das locomotivas, mas são caros, pois as peças que se perderam já não existem mais. “ Vale a pena restaurá-las. Temos um apego sentimental às locomotivas. São peças fundamentais da nossa história”, finaliza a secretaria.

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