domingo, 30 de março de 2014

Após chamar Souto de governador, Neto menciona 'ato falho'

       

Rodrigo Aguiar
A TARDE

  • Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE
    Neto: 'A decisão, se Deus quiser, sai semana que vem'
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), se desculpou neste sábado, 29, com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) por ter "anunciado" o democrata Paulo Souto como governador da Bahia, em evento na noite de sexta-feira, 28.
Ao discursar durante a posse da nova diretoria da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), o gestor citou a presença do secretário estadual de Indústria, James Correia, como representante do "governador Paulo Souto", em vez de Jaques Wagner.
A fala gerou uma reação entusiasmada dos presentes, que aplaudiram o "tropeço" do prefeito, que precisou se desculpar com a plateia do auditório da Associação Comercial da Bahia.



"Rapaz, cometi um ato falho ontem (sexta-feira)", disse Neto para Geddel, ao chegarem juntos, na manhã deste sábado, para a inauguração de uma praça na Rua Lourival Costa, em Águas Claras. "Eu vi. O secretário é que não deve ter gostado", respondeu Geddel, aos risos.
O peemedebista disputa com o ex-governador o posto de candidato único das oposições ao governo. O prefeito negou que sua deslizada signifique a definição de Souto como candidato.
"A decisão, se Deus quiser, sai semana que vem. Espero que saia até sexta", reafirmou. De acordo com o democrata, o "erro" aconteceu em função do acúmulo de assuntos na cabeça.  "Esse assunto está me consumindo tanto que até esses erros eu estou cometendo", brincou. Neto acrescentou que "várias reuniões" devem ocorrer até o fechamento da chapa.
Escondendo o jogo
Geddel, por sua vez, minimizou o "ato falho" do gestor municipal. "Acho que é natural. Se eu estivesse lá, ele diria 'o ministro Geddel Vieira Lima'. Paulo é meu amigo querido; merece todas as homenagens", declarou.
Ao ser questionado sobre a movimentação para convencer o deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB) a disputar uma cadeira no Senado, Geddel desviou. "Você viu como ficou boa a pavimentação dessa praça?", brincou. Em seguida, quando perguntado se negava as conversas com o tucano sobre o tema, emendou, mais sério: "Não estou negando nem confirmando. Hoje não é dia de tratar disso".
Imbassahy chegou neste sábado à capital baiana, mas o peemedebista não quis revelar se tinha um encontro agendado com o tucano no final de semana. O preeenchimento da vaga de candidato ao Senado, atualmente sem nenhum postulante, seria um "fato novo" buscado por Geddel. Com a "ajuda" dada a Neto para formar a chapa, Geddel poderia garantir sua indicação como cabeça da chapa. No entanto, fontes ligadas a Imbassahy asseguram que o deputado, apesar do assédio, planeja disputar  a reeleição.

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