Músicos e cantores pernambucanos dominaram o palco da prévia.
Alceu Valença, Antônio Nóbrega e Spok Frevo Orquestra foram os destaques.
Alceu Valença mostrou ao público frevos, cirandas e maracatus (Foto: Roberta Pontual / Acervo pessoal)
O salão cheio do Baile Municipal do Recife
mostrou, neste sábado (23), que a música pernambucana, sobretudo o
frevo, segura um público animado por horas seguidas. A aposta em
divulgar os artistas locais, sem convidar atrações de fora ou de outros
ritmos muito distintos, não afastou os foliões, que compareceram em peso
à festa, com suas fantasias. Entre os destaques, o multiartista Antônio
Carlos Nóbrega soltou a voz pela primeira vez no evento. Já Claudionor
Germano celebrou a façanha ter cantado em todas as 50 edições.
Félix deu o ar da graça no Baile Municipal
(Foto: Luna Markman / G1)
A primeira atração a subir no palco do Chevrolet Hall, em Olinda, foi o
maestro Ademir Araújo e Orquestra Popular do Recife, que teve
participação especial de Claudionor Germano. Aos 81 anos, o cantor
relembrou frevos famosos numa provável despedida. Ao G1, durante
inauguração do Paço do Frevo, neste mês de fevereiro, o artista disse
que este ano seria o último carnaval dele.(Foto: Luna Markman / G1)
A bateria da Gigantes do Samba invadiu o salão, segurando a alegria do público para o show do Maestro Forró e Orquestra Popular da Bomba do Hemetério. A apresentação teve participações de Nena Queiroga, Silvério Pessoa e Gustavo Travassos. Enquanto isso, o empreendedor Rafael Medina era bastante solicitado para fotos. Ele chamava atenção por estar fantasiado de Félix, personagem de Mateus Solano, na novela "Amor à Vida". "Eu topei me vestir assim porque me acham parecido com ele", contou.
Quem também virou "sensação" foi o maquiador artístico Kléber Valentim, com a fantasia de Barbárvore, personagem do filme "O Senhor dos Anéis". Para se transformar em árvore, ele usou materiais naturais, gastanto R$ 75 na produção. "No começo, eu queria algo prático e diferente, mas depois pensei como mote em algo sobre o meio ambiente e lembrei deste ente que protege as árvores". Kléber, inclusive, ganhou o concurso do Baile Municipal do Recife, na categoria originalidade.
Kléber Valentim chamou a atenção fantasiado de Barbárvore, personagem do Senhor dos Anéis (Foto: Luka Santos / G1)
Apesar de adorar o Baile Municipal, que frequenta há 12 anos, o decorador Mariano Silva prefere quando há pelo menos um artista de outros segmento. "Eu gosto da festa por causa do sentimento de nostalgia, a energia é boa, mas um show de Ney, Ivete, Daniela Mercury, como já teve, dá um 'esquenta' a mais, é um diferencial", opinou.
Antônio Nóbrega, homenageado da folia recifense, foi recebido com uma chuva de serpentinas (Foto: Luka Santos / G1)
A Spok Frevo Orquestra seguiu no palco, convidando Alceu Valença. O
cantor escolheu um repertório recheado de sucessos, como "Morena
Tropicana", "Bicho Maluco Beleza", "Anunciação" e "Diabo Louro". Em
seguida, foi a vez de Antônio Carlos Nóbrega, que apostou na variação de
ritmos, como forró e brega, para homenagear Dominguinhos e Reginaldo
Rossi, respectivamente.
João Liberato e Maria Cícera (centro), junto com
amigos, se fantasiaram de cangaceiros
(Foto: Luna Markman / G1)
Às 2h, Elba Ramalho ainda comandava a festa, cantando músicas de
carreira e frevos de bloco. A essa hora, o casal de aposentados João
Liberato e Maria Cícera ainda frevavam como toda energia. Ele estava
fantasiado de Lampião e ela, de Maria Bonita, assim como outras três
colegas. "Só tem ele de homem, mas não tenho ciúmes, é brincadeira de
carnaval", explicou.amigos, se fantasiaram de cangaceiros
(Foto: Luna Markman / G1)
Apesar de os filhos já brincarem no Municipal, esta foi a primeira vez que o casal foi à festa. "Eu tinha curiosidade, mas nunca tivemos uma oportunidade como agora", disse Maria Cícera. A estudante Vladilene Teixeira também faz a estreia dela, acompanhada dos pais e amigos. "Acho que é um lugar bom para vir com a família, escutar a música de Pernambuco", comentou.
A programação ainda tem Jorge du Peixe e Fábio Trummer, fazendo um pout-pourri com canções de Chico Science e Nação Zumbi, André Rio, Gerlane Lops, Almir Rouche e Vassourinhas. A Corneta do Urso encerra a noite, para animar os foliões mais resistentes, que não querem deixar o Municipal acabar.
Escola botou o povo pra sambar, com direito a casal de mestre-sala e porta-bandeira no palco (Foto: Luka Santos / G1)
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