quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Escola pública de Campo Grande é reformada por detentos em projeto


Ação foi feita em parceria entre Justiça, Agepen e secretaria de Educação.
'Quero reconstruir minha vida', diz preso que ajudou na obra.

Do G1 MS

reforma-detendos (Foto: Juliana Aguiar)Escola reformada por detendos da Gameleira (Foto: Juliana Aguiar)
Pintura, jardinagem, reparos elétricos, hidráulicos e de alvenaria revitalizaram a escola estadual Professora Delmira Ramos Santos, no bairro Coophavila, em Campo Grande. A obra foi executada por detentos do presídio da Gameleira. Rodney Vaz de Lima, 41 anos, foi um dos que participaram. Para ele, o projeto estimula a fazer planos para quando estiver livre.

“É muito bom ver o resultado do nosso trabalho, fico muito feliz. Tenho dois filhos e fiquei feliz por ter ajudado na reforma de uma escola. Quando estiver em liberdade, quero reconstruir minha vida, trabalhar”.

Suely Silva, uma das coordenadoras do estabelecimento de ensino, disse ao G1 que eram esperadas obras que melhorassem o local, antes sujo e depredado. “Inclusive o comportamento das crianças quanto à conservação do espaço melhorou. Além do benefício aos estudantes, esse projeto permite que o detento se sinta útil e integrado. É uma excelente ideia que deve ser multiplicada”, opina.

“A  ação serviu inclusive para diminuir o preconceito que as pessoas têm contra os presos. É uma ótima maneira de reintegrá-los à sociedade”, relata o diretor da escola,  Walfrido Machado da Silva.

Reeducação e inserção social
O projeto que levou os presos a reformar o espaço chama-se “Pintando Educação com Liberdade”. Ele é feito em parceria entre Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário ( Agepen ), Secretaria de Estado de Educação (SED) e pela 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande.

Todos os detentos que participam recebem um salário e têm 10% do valor descontado. A quantia pode ser utilizada para o custeio dos próprios reeducandos, conforme diz a lei. O juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Albino Coimbra Neto, reforçou que a inserção do detento no mercado de trabalho é um incentivo para que ele busque uma vida melhor quando for solto.

“A ideia funciona quando o preso é o protagonista de sua própria ressocialização. É uma ideia simples, mas que com certeza transforma vidas”.
Presos que participaram da reforma de escola pública em Campo Grande (Foto: Juliana Aguiar / G1 MS)Presos que participaram da reforma de escola pública em Campo Grande (Foto: Juliana Aguiar / G1 MS)

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