quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Falta de água e luz expõem fragilidade na estrutura das praias do Litoral Norte


Virada de ano foi caótica em praias da região e deixaram turistas, moradores e veranistas descontentes


Falta de água e luz expõem fragilidade na estrutura das praias do Litoral Norte Leo Munhoz/Agencia RBS
Moradores de São Francisco do Sul estão usando água da chuva Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS
O problema com o abastecimento de água aliado às constantes quedas de energia entre o Natal e o Réveillon deste verão expõem a fragilidade dos balneários da região Norte de Santa Catarina em receber a grande demanda de turistas.

Nas praias de São Francisco do Sul, onde a população de pouco mais de 40 mil habitantes passa para mais de 150 mil na virada de ano, um sistema de rodízio no abastecimento de água foi adotado para tentar aliviar o caos. Ainda assim, moradores afirmam que a solução paliativa não tem surtido efeito.

O analista de desenvolvimento José Alexandre Bento, de 31 anos, que mora em Joinville e resolveu passar as férias com a família na praia de Itaguaçu, mal podia esperar os transtornos que o aguardavam. Há dois dias não chega uma gota de água nas torneiras.

Os seis integrantes da família contam com o auxílio de um vizinho que tem poço artesiano em casa para conseguir tomar banho, lavar roupa e cozinhar. A água mineral está quase em falta no mercado.

O casal de comerciantes José e Sueli Rosa, que mora em Itaguaçu e está acostumado com a falta de água nessa época do ano, armazenou quantidade suficiente para passar as festas de fim de ano e receber visitas. As chuvas dos dois últimos dias também ajudaram a manter a reserva dos moradores prevenidos.

— Sabemos como funciona aqui no fim de ano, então nos prevenimos — comentou.

O presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de São Francisco do Sul, Fernando Ledoux, contradiz a versão dos moradores e afirma que o rodízio tem funcionado com sucesso. Por meio da assessoria de imprensa, ele informou que a resposta dos moradores tem sido positiva.

Outras praias

Em Itapoá a situação também é crítica. O balneário que recebe muitos turistas de Santa Catarina e do Paraná, está com fragilidade no abastecimento desde a semana passada porque o sistema não tem capacidade de atender à tantas pessoas.

Caminhões-pipa estão sendo utilizados para amenizar o problema. O presidente da Itapoá Saneamento, Mário Savi, espera que o abastecimento normalize a partir de segunda-feira, quando boa parte dos turistas vão embora. Porém, a solução, segundo ele, deve vir nos próximos dois anos quando uma nova estação de tratamento será construída.

Balneário Barra do Sul também teve problemas com o abastecimento nos últimos dias por causa de um problema pontual, segundo a Casan. Uma bomba do sistema quebrou no último sábado e acabou comprometendo, inclusive, o abastecimento em Araquari.

Carine Susi dos Santos, de 34 anos, que mora no Centro de Araquari está há sete dias sem água nas torneiras.

— Estamos comprando água potável e aproveitando a água da chuva — contou. Segundo o diretor da empresa, Adelor Vieira, o caso já está sendo solucionado.

Além da falta de água, moradores e turistas ainda têm de conviver com as constantes quedas de energia. Quedas de até quatro horas foram registradas nas praias de Itaguaçu, Enseada, Ervino e Barra Velha. Segundo a Celesc, não há muito o que fazer, pois a sobrecarga da rede é a causadora do problema.

— Em São Francisco, por exemplo, a população passou para 200 mil pessoas na virada, então não há sistema que aguente. É normal que haja sobrecarga — justificou o chefe de divisão técnica regional da Celesc, Júlio Cezar Pires da Luz. 
DIARIO CATARINENSE

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