Branquinha, como era chamada, acompanhava todos os cortejos.
Ela morreu em maio de 2013; estátua foi lançada em junho.
Estátua da cachorra 'Branquinha' foi instalada em frente ao cemitério (Foto: Cláudio Nascimento / TV TEM)
Em muitos cemitérios, os túmulos de personalidades sempre ganham
destaque no Dia de Finados, seja por motivo religioso ou por afinidade
dos visitantes pelo falecido. Mas, em Avaré
(SP), a expectativa é para uma movimentação diferente: neste sábado
(2), o ponto que deve ganhar destaque é um túmulo simbólico e uma
estátua instalada em frente ao cemitério municipal. Ambos pertencem a
uma cachorra, a 'Branquinha', que morreu em maio deste ano. A estátua
foi inaugurada em junho.Segundo Fileto, ao contrário do que muitas pessoas pensam, a cadela não foi enterrada no local. Isso porque o sepultamento de animais em cemitérios tradicionais é proibido pelo órgão de controle e saneamento ambiental, a Cetesb. “Não sabemos onde os restos mortais da Branquinha foram enterrados, mas como ela vivia aqui e tinha esse comportamento que sensibilizava muitas pessoas, foi decidido que seriam criados os túmulos e a estátua para ela. Desde quando esses símbolos de homenagem foram criados, muitas pessoas vêm até aqui para fazer orações e deixar flores”, diz.
Branquinha seguia todos os enterros no cemitério
de Avaré (Foto: Luis Corvini / G1)
Branquinha apareceu no cemitério há aproximadamente cinco anos. Devido à
amabilidade e a atitude de seguir os cortejos, era tratada como um xodó
pela população e funcionários do local.de Avaré (Foto: Luis Corvini / G1)
Em entrevista ao G1, a funcionária de serviços gerais do velório municipal, Elisângela Dias Camargo, disse que a cachorra era um símbolo na cidade. “Ela não faltava a um enterro. Era só ver o carrinho que leva os caixões até a sepultura que ela logo tomava a frente e ficava ao lado da sepultura até o coveiro concluir o fechamento do túmulo”, diz.
Branquinha morreu em maio de 2013. De acordo com funcionários do cemitério, ela sofria de câncer e não resistiu a doença. Ela era cuidada pelos próprios funcionários públicos, que levavam comida e roupas em dias de frio.
A iniciativa de homenagear a cachorra que virou celebridade foi da presidente da Casa de Artesanato da cidade, a artista plástica Castorina Rodrigues. Ela encomendou a estátua em tamanho natural da cachorra ao escultor Florisval Tegani.
No espaço reservado para eternizar a memória da cachorra, a estátua dela é acompanhada por uma placa com o seguinte texto. “Sou Branca, branquinha de alma e coração. Por muitas vezes, acompanhei suas aflições. Hoje, estou com os anjos em oração e para ser guardiã de todos que por aqui se encontrarão”.
Segundo a filha de Castorina, Regina Rodrigues, a ideia de sua mãe foi homenagear alguém que sempre participou de momentos especiais na vida de tantas famílias de Avaré. “O objetivo da minha mãe foi eternizar a Branquinha, acredito que foi uma excelente ideia”, conta a empresária.
Ainda segundo a empresária, a estátua se tornou um ponto turístico na cidade. “Várias pessoas param para tirar fotos, crianças ficam admirando e realmente virou um marco na cidade. Ela com certeza merece essa homenagem”, conclui.
Cachorra que acompanha sepultamentos ganhou um túmulo simbólico (Foto: Claudio Nascimento / TV TEM)
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