sábado, 2 de novembro de 2013

'Ainda não há motivo para abandono', diz Defesa Civil sobre tremores no RN


Palestras e vistorias foram realizadas nesta sexta (1) em Pedra Preta.
UFRN registrou 240 tremores em uma semana no município.

Felipe Gibson Do G1 RN

Rachaduras aparecem nas casas de Pedra Preta após últimos tremores (Foto: Jorge Talmon/G1)Rachaduras aparecem nas casas de Pedra Preta
após últimos tremores (Foto: Jorge Talmon/G1)
A Defesa Civil do Rio Grande do Norte avalia que ainda não há motivo para as pessoas abandonarem suas casas no município de Pedra Preta, a 149 quilômetros de Natal, que nos últimos dias foi atingido por uma série de tremores de terra. Após uma sexta-feira (31) de palestras de orientação e vistorias na cidade, o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Josenildo Acioli, aconselha os moradores a permanecerem nas casas. "Não há motivo para abandono. Tomamos as precauções para ter uma resposta rápida e eficaz se necessário", afirma.

Em uma semana o Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) registrou mais de 240 tremores em Pedra Preta. A ida da Defesa Civil ao município aconteceu após a noite desta quinta-feira (31), quando entre 20h e 23h pelo menos dez abalos sísmicos foram registrados pela UFRN. O maior deles teve magnitude 3,5. A sequência de eventos vem deixando rachaduras em casas e assustando a população da cidade.

Mesmo sem novos tremores durante o resto do dia, o coronel conta que a situação está sendo monitorada e todos os órgãos competentes para prestar o atendimento foram contatados. "A articulação foi feita. Além da Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar estão de sobreaviso. O Exércio e a Secretaria Nacional de Defesa Civil também se prontificaram a ajudar caso seja necessário", informa.
Quanto à situação dos imóveis que sofreram rachaduras com os tremores, o coordenador estadual da Defesa Civil explica que os danos foram avaliados pelo Corpo de Bombeiros nesta sexta e um relatório deve ser entregue na próxima semana. Engenheiros da Secretaria Estadual de Infraestrutura (SIN) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea/RN) também visitarão as casas atingidas nos próximos dias.

O monitoramento da atividade sísmica da cidade será feito em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A população foi orientada a ligar para os números 3232-6889 e 3232-6883, ambos do Centro Gerenciamento de Emergência e Defesa Civil, em qualquer situação de anormalidade. Também está disponível o número 193, do Corpo de Bombeiros.

'Sensação que chão vai abrir'

Apesar da baixa magnitude, os abalos vêm assustando os moradores de Pedra Preta. Os dez tremores que atingiram a cidade em três horas na noite desta quinta deixou a população em alerta. "A sensação é que o chão vai abrir", disse a moradora Maria do Socorro, que dormiu no quintal da casa junto com a família após os abalos sísmicos da noite de quinta. "Quando começou a tremer ficamos com medo e colocamos os colchões na área".
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Morando em casas antigas, habitantes de Pedra Preta temem abalos sísmicos (Foto: Jorge Talmon/G1)Morando em casas antigas, habitantes temem
abalos sísmicos (Foto: Jorge Talmon/G1)
A preocupação aflige principalmente as pessoas que moram em casas antigas. A moradora Fátima Santos teve o lar construído na década de 1950. Com os tremores, a parede rachou e mulher temeu pela segurança dos filhos. "Tenho até medo de morar aqui com várias crianças. Vejo a hora cair tudo por cima da gente. Ficamos com medo quando aconteceu e corremos para fora de casa.

De acordo com o pesquisador Joaquim Ferreira, do Laboratório Sismológico da UFRN, o medo da população acontece mais pela sequência de tremores, do que propriamente pela magnitude dos abalos. "Quando se tem vários abalos seguidos a população fica bastante tensa", afirma.

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