sábado, 28 de setembro de 2013

Saúde em MS investiga intoxicação de crianças por remédio paraguaio


Mães de três pacientes internados confirmam uso do produto.
Órgãos apuram se duas mortes foram provocadas pela substância.

Do G1 MS

A Coordenadoria Estadual de Vigilância Sanitária de Mato Grosso do Sul emitiu alerta à população e profissionais da saúde, nesta sexta-feira (27), sobre efeitos nocivos provocados pelo remédio Mento Vick, segundo o órgão, fabricado e vendido no Paraguai. Duas mortes de crianças de um ano, ocorridas em Ponta Porã, a 346 km de Campo Grande, são investigadas com suspeita de terem sido provocadas pelo medicamento, composto pelo princípio ativo Bromidrato de Dextrometorfano.
Outras três crianças, de acordo com a secretaria de Saúde do município na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, permanecem internadas em tratamento com suspeita de intoxicação. A assessoria do órgão informou que as mães dos pacientes confirmam que eles usaram o Mento Vick antes de passar mal.
Conforme a Vigilância Sanitária, o Ministério da Saúde e Bem Social do Paraguai emitiu nota na quinta-feira (26) determinando proibição, fabricação, comercialização, distribuição, dispensação, prescrição e uso do princípio ativo como droga única ou em associação.
Além do xarope Mentovick, a susbtância também está presente nos medicamentos Núcleo Plus Tegnogrip (tabletes), Tegnogrip BB (xarope), Medibron (xarope), Bronolex (gotas orais) e Bronalar (xarope), todos usados para tratamento de tosse ou gripe, segundo o órgão.
Pacientes
De acordo com o alerta,  Dourados, a 225 km de Campo Grande, já havia registrado casos de intoxicação possivelmente provocada pelo Mento Vick. Duas crianças chegaram a um hospital local e foram internadas em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI.
Elas chegaram ao local com insuficiência respitatória aguda, cianose (lábios e membros arroxeados) e sonolência. As duas tiveram alta hospitalar após uma semana. A nota não informa em que data ocorreram os casos.
Sobre os três pacientes que ainda estão internados em Ponta Porã, não há informações sobre o estado de saúde deles.
Casos paraguaios
Nota publicada no site do Ministério de Saúde Pública e Bem Estar Social do Paraguai informa que no país, de 6 de setembro até a quinta-feira (26), foram reportados 16 casos suspeitos de intoxicação medicamentosa, todos encaminhados a hospitais. Desses, cinco tiveram que ser internados em Unidades de Terapia Intensiva pediátricas
Ainda de acordo com a nota, os pacientes têm idades entre 2 e 9 anos e têm nos respectivos quadros clínicos quadro de enfermidade tipo influenza e consumo de remédios antigripais que contém o dextrometorfano.
O órgão recomenda, até o fim das investigações farmacológicas, a suspensão imediata de qualquer medicamento que tenha o composto como princípio ativo ou associado. A nota traz lista com os nomes comerciais de remédios com essa substância. O conteúdo pode ser conferido no site do ministério.
Medidas sanitárias
A Vigilância Sanitária estadual solicitou aos 79 municípios do estado que os profissionais de saúde das unidades de urgência, emergência e prontos-socorros incluam no protocolo de atendimento pergunta a respeito do consumo dos remédios com princípio ativo Bromidrato de Dextrometorfano.
Outra recomendação é de que brasileiros não consumam medicamentos produzidos ou comprados no Paraguai que não tenham o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em casos de dúvidas, a população pode ligar para o telefone (67) 3312-1118/ 1140/ 1139/ 1135 ou pelo email gtmed@saude.ms.gov.br.

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