quarta-feira, 3 de julho de 2013

Postos de saúde de Rio Branco ficam sem médicos devido à paralisação


Paralisação da categoria ocorre nesta quarta-feira (3).
Atendimentos de urgência e emergência não foram prejudicados.

Caio Fulgêncio e Veriana Ribeiro Do G1 AC

Coletiva Sindicato dos Médicos Acre (Foto: Veriana Ribeiro / G1)Maioria dos médicos do Acre trabalha na capital, Rio Branco (Foto: Veriana Ribeiro / G1)
Os médicos do Acre aderiram à paralisação nacional da categoria em busca de melhorias no sistema de saúde e em protesto à decisão da Presidência da República em importar médicos estrangeiros. Desde às 7h desta quarta-feira (3), somente os serviços de urgência e emergência estão em funcionamento em todo o estado. Devido a paralisação, o Hospital das Clinicas está funcionando, porém as consultas médicas estão sendo remarcadas conforme a procura do público.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed), José Ribamar Costa, após essa paralisação, será analisado o impacto que ação teve na sociedade e a possibilidade de ser deflagrada uma greve não está descartada. "Se o ato não tiver o resultado esperado, existe a possibilidade de greve", disse.
Para o presidente do sindicato, a importação de médicos estrangeiros é desnecessária uma vez que o Brasil, segundo ele, é auto-suficiente no que diz respeito à formação de médicos. Segundo Costa, as escolas de medicina colocam, por ano, cerca de 17 mil novos médicos no mercado de trabalho e a importação de outros é desnecessária.
Costa afirma ainda que essas contratações, caso ocorram, não devem ser feitas sem uma avaliação desses profissionais. "A presidente Dilma quer descumprir as leis do país trazendo médicos estrangeiros com revalidação automática, nós não concordamos com isso", disse.
Posto de Saúde Acre (Foto: Veriana Ribeiro / G1)Sem médicos, posto de saúde fica vazio em Rio
Branco (Foto: Veriana Ribeiro / G1)
Atendimento
Nos postos de saúde somente são realizadas vacinações, pré-natal e atendimentos de pequenas lesões ou troca de curativos que são feitos por enfermeiros. As consultas vão ser remarcadas, porém as pré-consultas e agendamentos estão sendo feitos normalmente.
"Colocamos o aviso para a população, porque essa paralisação foi preestabelecida, mas os programas estão funcionando normalmente, só não as consultas médicas", afirmou João Marcos, do sistema administrativo do Centro de Saúde do bairro Vila Ivonete.
A gerente do centro de saúde Barral y Barral, Patrícia Souza, diz que a procura nos postos foi pouca. "Houve algumas reclamações, foram mínimas, geralmente de alguém desinformado, mas a maioria já esperava, porque já tinha o aviso", disse.
Segundo Patrícia, o atendimento na quinta-feira (4) deve ser dobrado. "Como não ocorreu atendimento clínico hoje, a expectativa é que amanhã haja uma grande procura", disse.
No Acre, existem 850 médicos, sendo que 655 trabalham na capital. As informações são da Associação Médica do Acre. De acordo com a presidente da associação, é importante melhorar as condições de trabalho. "O que fixa o médico em áreas mais carentes é melhorar o local de trabalho. O interior de São Paulo não se compara ao interior da região norte", afirma Jene Greyce.

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