Aina Kaorner A TARDE
A tradição de inserir a batida do timbal quando os ouvidos estão voltados para a percussão do triângulo, compondo o chamado samba junino, teve origem no bairro do Engenho Velho de Brotas, no Terreiro do Jagun, e se mantém viva há 35 anos.
"Tudo começou quando minha avó, a ialorixá Maria Amélia do Sacramento, foi determinada pelo orixá dela para realizar uma trezena de Santo Antônio. A festa sempre terminava em samba e o terreiro ficou pequeno para a quantidade de gente que aparecia aqui", conta Joselita Sacramento, presidente da Federação de Samba Junino e da Associação Cultural Grupo União.
"Esse evento celebra o resgate de uma tradição baiana que é a mistura do samba de roda do Recôncavo com o samba de caboclo, em ritmo acelerado", explica Joselita.
O evento continuará durante os festejos de São Pedro, na próxima sexta-feira e no sábado. "Esse é um trabalho social que conta com o apoio de todos os moradores para vender iguarias, montar o palco, o som e a iluminação. A festa é aberta ao público e tem muito samba, dança e quadrilha", garante Joselita.
Forró gospel - A poucos metros da "praça dos artistas", na rua Nova do Bariri, outro grupo se reúne para comemorar o São João, com barraca de comidas típicas e sorteios de brindes como ferro de passar, liquidificador, batedeira e celular.
Dessa vez, o batuque sai de cena e dá lugar ao forró gospel. Dentre as atrações do chamado Arraiá do Povo de Deus, está o cantor Nando Ovelha, ex-Nando Cachorrão, da banda Forrozão.
"A festa faz parte de um trabalho socioeducativo da Igreja Batista Comunitária do Bariri, que tem o objetivo de divulgar o verdadeiro sentido da festa de São João, lembrando o trecho bíblico em que Salomé pede a cabeça de João Batista para o rei Herodes", explica o missionário Fábio Vinícius Luz.
"Há três meses estamos nos preparando para esse evento, e pessoas de qualquer lugar e religião serão bem recebidas", convida o missionário Vinícius.
Outro bairro que promete não ficar de fora do circuito dos grandes arraiás urbanos é o Garcia. O palco começa a ser montado hoje e moradores do beco do Álvaro, no fim de linha, já colocam as mesas e cadeiras nas portas de casa para receber familiares e amigos, mostrando que festa junina, quadrilha e fogueira também combinam com a paisagem da cidade grande.
O 7º Forró do Beco é organizado pela Associação Recreativa e Cultural Chupe o Bico. "Esse ano, conseguimos o apoio de uma empresa de bebidas e pudemos distribuir as camisetas do evento gratuitamente", comemorou o diretor de eventos da associação, Edílson Rios, mais conhecido como Boquinha.
Atrações de pé de serra, arrocha e samba junino animam a confraternização dos moradores do bairro, com direito a fogueira, culinária regional e crianças vestidas com trajes típicos.
"Nunca tivemos problema com violência nesse evento. Temos sempre muita alegria, comida e uma excelente recepção dos moradores", alegra-se Boquinha.
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