sábado, 27 de abril de 2013

Três meses após tragédia, 'barulhaço' e vigília relembram vítimas da Kiss


Parentes e vítimas de várias partes do estado, de SC e SP participaram.
'Foi um encontro com o coração, com a alma', diz presidente da AVTSM.

Bernardo Bortolotto Da RBS TV
Durante toda a madrugada, familiares e amigos das 241 vítimas do incêndio na boate Kiss realizaram vigília na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria (Foto: Jean Pimentel/Agencia RBS)Por volta das 3h20, horário do incêndio na boate Kiss, vítimas foram homenageadas com palmas e orações (Foto: Jean Pimentel/Agencia RBS)
Cerca de 100 pessoas participaram da vigília em homenagem às vítimas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul, entre a noite desta sexta-feira (26) e a manhã deste sábado (27), segundo estimativa da Brigada Militar. Familiares e amigos de jovens que morreram na tragédia, de várias partes do estado, de Santa Catarina e São Paulo, se concentraram ao longo da madrugada e fizeram orações. Por volta das 8h, relembraram as 241 pessoas que perderam a vida com o “barulhaço”, com palmas e buzinas que duraram cerca de seis minutos.
"É uma das datas mais importantes e emocionantes, porque conseguimos reunir os pais mais no coração mais profundamente coma alma", disse o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Adherbal Ferreira, que perdeu a filha Jennefer na tragédia.
Um dos pontos altos do encontro ocorreu às 3h20, horário em que, há três meses, a casa noturna foi atingida pelo incêndio. Na Praça Saldanha Marinho, localizada a poucas quadras do prédio onde funcionava o estabelecimento no Centro de Santa Maria, orações e aplausos romperam o silêncio da madrugada.
Os familiares e amigos de vítimas da tragédia permanecem unidos até o final do dia, quando está prevista uma caminhada de aproximadamente três quilômetros. Eles sairão da praça e caminharão até a Basílica da Medianeira, onde será rezada uma missa em memória às pessoas que perderam a vida no incêndio.
"Esta reunião é mioto importante, porque trocamos energias, assuntos em comum dos filhos. É  uma força que vem a se somar", diz Marise Dias de Oliveira, mãe de uma das vítimas.
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 241 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.
O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados
Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas

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