segunda-feira, 1 de abril de 2013

Safra de soja e milho colhida este ano acumula nos armazéns do PR


Porto de Paranaguá não está dando conta de escoar toda a produção.
Saída tem sido usar os portos do RS, o que encarece o custo do frete.

Do Globo Rural

No campo, a colheita da safra de verão vai chegando ao fim. Restam poucos hectares de soja e milho secos nas lavouras.
Nos armazéns das cerealistas, o ritmo também é de lentidão. Os pátios estão praticamente vazios, com poucos caminhões, mas ao contrário do que parece, o volume de grãos estocado dentro dos silos é muito maior que o normal para o período.
Em uma cooperativa, quase não há mais espaço. “A previsão era de estar com 30 ou 40% de espaço livre, mas devido aos problemas logísticos, estamos com 100% do espaço tomado”, conta Alberto Santin, gerente comercial da Coopertradição.
O carregamento dos navios no Porto de Paranaguá está lento e tem prejudicado o escoamento da produção. O sistema de carga online, que regula a chegada de caminhões, tem evitado as filas gigantescas na rodovia, mas em compensação, o produto não sai do lugar.
Uma cooperativa de Pato Branco precisaria mandar de 40 a 50 cargas por dia ao Porto de Paranaguá para conseguir cumprir os contratos de venda de grãos que vencem no fim do mês, mas tem conseguido permissão para mandar apenas 10.
A saída tem sido embarcar o produto no porto do Rio Grande do Sul, mas para chegar lá, as carretas percorrem cerca de 350 quilômetros a mais do que se fossem pelo Paraná. Os custos têm pesado no bolso de quem está na ponta dessa cadeia, o produtor.
O preço alto do frete diminuiu o valor da saca do produto no interior do estado, diferença que na soja, por exemplo, chega perto de R$ 10 por saca de 60 quilos. “O prejuízo não é só nosso, do agricultor, é do comércio como um todo porque esse dinheiro deixa de girar na comunidade", explica Oradi Caldatto, presidente da Associação dos Sindicatos Rurais do Sudoeste do PR.

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