segunda-feira, 1 de abril de 2013

Por R$100 milhões, Fonte Nova fecha com cervejaria e ganha novo nome


Consórcio responsável pela administração da arena fecha contrato com a Itaipava até 2023. Acordo prevê pagamento de R$ 10 milhões por ano

Por Thiago Pereira Salvador

A estrutura totalmente modernizada não será a única novidade da Fonte Nova para o Ba-Vi inaugural do próximo domingo. Nesta segunda-feira, o consórcio responsável pela administração da arena anunciou a assinatura de um contrato de naming rights com o Grupo Petrópolis. Por R$ 100 milhões, o estádio baiano passará a ser chamado de Itaipava Arena Fonte Nova até o ano de 2023. O nome do governador Octávio Mangabeira, que batizou o antigo estádio durante mais de 50 anos, ficou no passado, com os escombros da estrutura demolida em 2010.
Coletiva Arena Fonte Nova (Foto: Thiago Pereira)Contrato de naming rights foi anunciado durante coletiva na Arena Fonte Nova (Foto: Thiago Pereira)
Pelo contrato, a Fonte Nova receberá o valor de R$ 10 milhões por ano da cervejaria, que terá exclusividade na comercialização de produtos como cervejas, isotônicos e energéticos dentro das dependências da arena. O acordo já é válido para o Ba-Vi de domingo, quando serão vendidas cerveja sem álcool para o torcedor, já que o estatuto do torcedor impede o comércio de bebidas alcóolicas em partidas de futebol.
Segundo o secretário de Comunicação do Governo do Estado, Robinson Almeida, o valor pago pela cervejaria será dividido entre a administração pública e o consórcio responsável pelo estádio. Os cofres do Governo, no entanto, não receberão a verba, já que ela servirá para abater a contrapartida que tem que ser paga pela construção da arena. Ao invés de ganhar, administração pública baiana deixará de gastar.
- O modelo de exploração previsto para a Fonte Nova é de que o consórcio administra o estádio e o lucro é dividido, assim como o prejuízo. No entanto, não significa que os R$ 100 milhões serão divididos integralmente. São cerca de R$ 800 mil ao mês. Vamos supor que a despesa mensal é de R$ 500 mil. Logo, o lucro será de R$ 300 mil, valor que, neste caso, seria dividido entre a Arena Fonte Nova e o Governo do Estado, que usará esse dinheiro para amortizar as contraprestações que têm que ser pagas nos próximos anos – disse Robinson Almeida.
Naming rights durante a Copa
Durante a Copa das Confederações deste ano e a Copa do Mundo de 2014, o estádio baiano voltará a ser chamado apenas de Arena Fonte Nova. Por exigências da Fifa, todo contrato de naming rigths deve ser suspenso durante a realização das competições. De acordo com Frank Alcântara, presidente do consórcio, a pausa já estava prevista no acordo feito com a cervejaria.
- Temos a obrigatoriedade legal de entregar a arena para Fifa no dia 29 de maio livre de marcas. Eles têm um monte de patrocinadores que exibem suas marcas durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Teremos a reativação das marcas dos patrocinadores da arena após a copa das confederações. O Grupo Petrópolis sabia disso durante as negociações e aceitou tudo sem o menor problema - afirmou.
A mudança obrigatória, contudo, só vale para as competições realizadas pela Fifa. Durante os jogos válidos pelo Brasileirão, Copa do Brasil e Campeonato Baiano, a Fonte Nova permanecerá com o nome da cervejaria, assim como a exclusividade na venda de produtos em suas dependências. O contrato também é válido para os shows musicais que serão realizados no estádio e independe dos acordos individuais de patrocínio firmados por cantores e bandas.
- Temos o DVD de Ivete no fim do ano a despeito de qualquer patrocínio da cantora ou da produção do evento, o acordo com o Grupo Petrópolis será mantido. Por exemplo, temos o Festival de Verão, que é realizado todo ano em Salvador e possui várias cotas de patrocínio. Diversos artistas que têm contrato com outras marcas se apresentam nele sem o menor problema. Será assim também na Arena Fonte Nova. Enquanto vigorar o contrato de naming rigths, não haverá possibilidade de apresentações com patrocínio de grupo concorrente – assegurou Frank Alcântara.

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