quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Sem acordo com os bancos, greve de vigilantes é mantida na Bahia


Categoria participou de reunião na tarde desta quinta-feira (28).
Intenção era conseguir dar fim à paralisação da categoria na Bahia.

Do G1 BA

Terminou sem acordo a audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA), na tarde desta quinta-feira (28), em Salvador. A intenção era tentar dar um fim à paralisação dos vigilantes, que tem afetado o funcionamento de bancos e outros órgãos, como o INSS. A desembargadora, presidente do TRT-BA, Vânia Chaves, mediou o encontro entre trabalhadores e patrões.
De acordo com o advogado Nei Viana, que defende a categoria, o sindicato patronal se mantém "intransigente" por não querer pagar adicional por periculosidade. "O sindicato dos profissionais entende que a lei tem que ser cumprida, que o adicional de periculosidade tem que ser pago, até porque as empresas já pagam o adicional de risco de vida, reconhecendo que a atividade de vigilante é uma atividade de risco", disse.
Desembargadora mediou o encontro entre trabalhadores e patrões (Foto: Imagem/TV Bahia)Desembargadora mediou o encontro entre
trabalhadores e patrões (Foto: Imagem/TV Bahia)
Nei Viana acrescenta que a categoria dos vigilantes pede o pagamento da periculosidade com a compensação dos 18% do risco de vida, o que representaria o complemento de mais 12% no salário dos profissionais. "O sindicato dos profissionais entende que a melhor solução é uma solução negociada. E há notícias inclusive que, em 13 ou 14 estados, já foram feitos acordos para pagar esse adicional de periculosidade", complementa.
A desembargadora Vânia Chaves, presidente do Tribunal Regional do Trabalho (5ª Região) e que presidiu a audiência, afirma que o próximo passo é o julgamento do caso, se não houver acordo até a ocasião. "Poderá haver homologação ou extinção do processo, mas seguindo uma norma de processo. A conciliação poderia ter sido obtida hoje e o processo encerraria aqui. Uma vez que não houve condições, porque a matéria realmente é uma matéria que demanda um estudo, uma apreciação, o julgamento prosseguirá e, de hoje a oito, estaremos aqui julgando", afirma.
Para o sindicato das empresas, o adicional de periculosidade deve ser referente ao local em que se exerce a atividade e não à função em si. Na posição dos empresários, o pagamento pedido é irregular, mas será obedecido caso a Justiça julgue necessário.
Passeata
O tráfego de veículos no centro de Salvador foi prejudicado na manhã desta quinta-feira por uma passeata realizada por vigilantes.
Segundo a Transalvador, os manifestantes saíram da Avenida Sete em direção ao bairro do Comércio. Por volta das 11h, de acordo com o órgão de trânsito, os trabalhadores seguiam ao destino pelas ruas do centro da cidade.
Entenda o problema
Vigilantes do estado da Bahia paralisaram as atividades na manhã de terça-feira (26), por tempo indeterminado. De acordo com o presidente do Sindivigilantes, José Boaventura, a decisão dos trabalhadores foi tomada porque as empresas estão descumprindo a lei que as obriga a pagar 30% da taxa de periculosidade da profissão.
A mobilização afeta o funcionamento de agências bancárias em toda Bahia. Além dos bancos, a paralisação de vigilantes cancelou a abertura de diversos estabelecimentos na Bahia. A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA) e alguns dos postos da Previdência Social tiveram que encerrar as atividades.
A apresentação da OSBA estava marcada para acontecer às 20h desta quinta-feira, no Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, mas foi adiada devido à greve. A direção do TCA informou através de nota à imprensa que “a presença de seguranças dentro do Teatro é imprescindível para a realização das atividades artísticas”. A unidade irá divulgar uma nova data para a realização deste evento.
Em relação aos postos da Previdência Social em Salvador, unidades localizadas nos bairros do Bonfim, Mercês, Periperi e um dos centros que funcionam em Brotas suspenderam atendimento. Os estabelecimentos instalados no Comércio, Centro Histórico, Itapuã e a outra unidade de Brotas estão funcionando parcialmente, com prioridade para os serviços agendados.
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Já as unidades do INSS que funcionam nos municípios de Camaçari, Lauro de Freitas, Dias D'ávila, São Sebastião do Passé, Feira de Santana, Itabuna e Itaberaba, o funcionamento é parcial. Em Pojuca e Porto Seguro, o atendimento também está paralisado. Nos demais municípios, o atendimento é normal.
Uefs e Clériston Andrade
A Universidade Estadual de Feira de Santana, a 107 km de Salvador, cancelou as atividades as 15h de terça-feira (26), também em razão da greve dos vigilantes. De acordo com a assessoria de comunicação da universidade, a unidade fica em uma região afastada da cidade e, por isso, precisa do apoio dos vigilantes.
O Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), também em Feira de Santana, decidiu suspender as visitas até que a paralisação seja encerrada.
Interior
Em Feira de Santana, nenhuma agência abriu na quarta-feira (27) e os clientes tiveram que recorrer aos caixas eletrônicos. Em Itabuna, no sul do estado, a maioria dos bancos não abriu e os vigilantes foram para as portas das agências.
Já em Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, nas portas dos bancos haviam cartazes que indicavam a paralisação, mas algumas agências atenderam a população normalmente.

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