domingo, 2 de dezembro de 2012

Projeto ajuda artesãos de Sergipe a terem mais competitividade


Profissionais aprendem a colocar valor certo nas peças para elevar vendas.
Após conquistar turistas, artesã quer agora exportar painéis em sisal.

Do PEGN TV
O Sergipe é traduzido nas obras dos artesãos locais e um projeto especial tem ajudado os artesãos a ganharem mais competitividade nos negócios.
Maria Auxiliadora de Azevedo faz painéis em sisal, uma fibra vegetal comum na região, e conta que investiu R$ 5 mil para montar o ateliê. “Eu me encontro naquilo que eu faço. É uma terapia e é um negócio lucrativo. É reunir tudo num só trabalho”, diz a artesã.
O trabalho atrai pelo requinte, mas a técnica usada é simples. Os elementos da obra são feitos um a um e depois fixados com cola quente num painel de sisal. A imagem do cajueiro está presente na maioria dos trabalhos dela, como uma assinatura. Segundo a artesã, a riqueza natural de Sergipe é a fonte de inspiração do seu trabalho.
Na alta temporada, Maria Auxiliadora vende cerca de 50 peças por mês e tem um faturamento médio de R$ 5 mil. As vendas deslancharam depois que ela participou do projeto “A arte nas mãos”, realizado pelo Sebrae de Sergipe.
Colocar o valor certo nas peças era uma das principais dificuldades dos artesãos. Maria Auxiliadora conta que cobrava caro demais por algumas peças e afugentava clientes. Agora, ela definiu quanto vale cada hora trabalhada e isso valorizou o produto.
Um painel de 1,20m por 80 centímetros, por exemplo, que demora até uma semana para ficar pronto, hoje é vendido a R$ 570, quase metade do preço antigo. Com a noção exata dos valores, a artesã ganhou credibilidade no mercado e o produto, destaque.
“Se o artesão ele não souber calcular esse preço ele não vai saber diminuir, dar desconto na mercadoria porque o desconto pode estar além daquilo que ele pode dar”, afirma Maria Júlia, do Sebrae/SE.
A maioria dos painéis é vendida em uma loja no aeroporto de Aracaju e o produto tem boa aceitação entre os turistas. “Esses painéis são coisas muito vivas, bonitas, então é muito interessante”, diz a cliente Simone Leite.
Maria Auxiliadora quer agora levar as obras cada vez mais longe. “O meu maior sonho hoje é exportar o meu produto”, diz.
O projeto “A arte das mãos“ trabalha com um horizonte de planejamento de 3 anos. “Nós atendemos 7 comunidades com Aracaju. E a gente atende a uma faixa de 200 artesãos”, diz Maria Júlia. “O produto, a técnica da produção eles sabem. O que nós ensinamos e damos assessoria e orientamos é na gestão do negócio”, explica.

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