domingo, 30 de dezembro de 2012

Alta do milho e da soja afetou mercado das carnes em 2012


Criadores de suínos pediram socorro em Brasília.
Custo da ração desestabilizou mercado das aves.

Do Globo Rural

Dificuldades de exportação, preço da carne suína em queda no mercado interno, alta do milho por causa da estiagem nos Estados Unidos, custo disparando. Este cenário levou os criadores de suínos à Brasília, em julho deste ano. Teve manifestação na Esplanada dos Ministérios pedindo preços justos. O governo anunciou medidas de apoio, liberou empréstimos, mas os criadores em grande parte tiveram que enfrentar a crise com seus próprios meios.
No segundo semestre o preço da carne suína foi subindo. O valor do quilo do animal vivo no Rio Grande do Sul ficou  baixo durante todo o  primeiro semestre. Em julho, começou a se recuperar  e chegou em dezembro a R$ 2,80. O problema, segundo os criadores, é que o custo de produção também continuou aumentando.
O presidente da Associação Gaúcha dos Criadores de Suínos, Valdecir Folador, acha, no entanto, que o setor tem boa perspectiva para 2013.
Os criadores de frango também enfrentaram muitas dificuldades durante o ano. Não foi nada fácil atravessar 2012. Segundo a Ubabef, a União Brasileira de Avicultura, os abatedouros demitiram mais de 10 mil funcionários ao longo do ano e 20 das suas 33 empresas associadas enfrentaram problemas financeiros.
Uma das piores situações, ocorreu no município de Mandirituba, no Paraná. A empresa Diplomata parou de enviar ração para os granjeiros, o que provocou uma elevada mortandade de aves.
Os próprios criadores ficaram com a tarefa de se livrar das aves mortas. Jogadas a céu aberto ou em buracos improvisados, elas representam um risco sanitário e podem contaminar o lençol freático.
Na sede da União Brasileira de Avicultura, em São Paulo, o presidente Francisco Turra disse que a alta de 40% no custo da ração em 2012 desestabilizou o setor.
A avicultura brasileira deve fechar o ano com uma produção de 12,5 milhões de toneladas de carne de frango, queda de 4% em comparação com o ano passado.
Na pecuária de corte,  2012 foi de boas chuvas e boa pastagem em quase todo o Centro-Sul do país, mas o preço da carne caiu no mercado externo e as fazendas brasileiras trabalharam em todo o primeiro semestre com o valor da arroba do boi gordo bem abaixo de 2011. O mês de agosto foi o pior com R$ 89 contra R$ 98 do ano anterior. Aí, começou uma recuperação, mas 2012 termina com o preço ainda perdendo terreno.
O acompanhamento que o IBGE faz junto aos frigoríficos confirma o aumento da oferta ocorrido ao longo de 2012. O número de animais que foram para o abate aumentou 6% e outra revelação importante é o crescimento no abate de vacas.
Em 2011, do total de animais que iam para os frigoríficos, 34% eram de vacas. Este ano, esse número cresceu para 38%.
Além do preço baixo, a pecuária de corte teve que administrar agora no final do ano as consequências de um fato marcante: o aparecimento no país do primeiro caso do agente causador da doença da vaca louca em uma fazenda localizada no município de Sertanópolis, a 20 quilômetros de Londrina.
O ministério da Agricultura informou aos parceiros comerciais, importadores e à comunidade científica internacional que tomou todas as providências necessárias. Uma delas foi abater os outros animais que estavam na fazenda e que tinham sido adquiridos no mesmo leilão, junto com a  vaca contaminada.
O veterinário Amauri Alfieri, que acompanhou o caso desde o início, disse que tudo indica tratar-se de um caso isolado.
Em fevereiro, a OIE, Organização Mundial de Saúde Animal, vai decidir se muda ou não a atual classificação do Brasil, que é de risco insignificante para a doença da vaca louca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário