quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Bandidos cobram pedágio nas ruas e estudantes deixam de ir à escola no PI


Na Vila da Paz, os moradores estão se trancando em casa durante a noite.
Nos últimos 20 dias uma sucessão de crimes assustou as pessoas.

Do G1 PI
Estudantes de pelo menos três comunidades da Zona Sul de Teresina estão sendo prejudicados pela insegurança. Bandidos fazem um verdadeiro terror pelas ruas da Vila da Paz principalmente nas proximidades de escolas e chegam a cobrar pedágio de quem quer passar pelas ruas. O resultado dessa situação é que os alunos estão deixando de freqüentar a sala de aula.
No complexo que envolve a Vila da Paz, Costa Rica e Jerusalém, os moradores estão se trancando em casa ao cair da noite. A violência impõe medo. Nos últimos 20 dias uma sucessão de crimes assustou as pessoas. Um homem, com medo de se identificar, disse à reportagem do Piauí TV 1ª Edição, “que mortes, ameaças, tiroteios na região e que alguns decidem o destino do outro e simplesmente tira a sua vida. Não se sabe o motivo, mas acreditamos que tenha ligação com coisas de natureza criminosa”.
Em frente a Creche Marcos Vilaça, localizada na Rua Santa Maria Gorete, houve um tiroteio há 10 dias e aconteceu na hora da saída das crianças e os pais tiveram que se abrigar dentro do prédio até a polícia chegar. Na mesma rua um homem foi esfaqueado no último final de semana.
Na Vila da Paz é difícil encontrar um morador que dê entrevista, pois eles temem represálias. Há relatos de que os bandidos avisam quando vai haver tiroteio. Eles orientam que todos fiquem em casa, uma espécie de toque de recolher.
Em uma passarela do local, geralmente há cobrança de pedágio. Quem não tem dinheiro passa o celular, o colar ou qualquer pertence para conseguir atravessar.
Com medo, os alunos do turno da noite estão abandonando os estudos. Na Escola Nossa Senhora da Paz, as salas estão praticamente vazias no horário de aula. "A sala não era tão vazia. Tinha cerca de 50 alunos e agora estão deixando de vir. A violência está grande e muitos saem tarde e muitos têm medo. Hoje a escola tem 12 alunos", explica a estudante Mirle Danglaide.
A escola tinha cerca de 400 alunos matriculados no ensino médio noturno. A evasão média é de 60%. "Obviamente que os pais ficam preocupados em mandar seus filhos para cá, já que a escola fica em uma região muito perigosa e com alto índice de violência. Por conta disso, a evasão aparece. Com isso aumenta o número de pessoas que não terminam o ensino médio e isso para o progresso do estado não é bom", relata a coordenadora escolar, Josineide Sores.
Para minimizar as chances de serem vítimas, os alunos procuram andar em grupos na entrada e na saída da escola. "Sempre rezo todo dia antes de sair de casa e peço para que eu consiga retornar, mas sabemos que o risco é bem grande quando temos que passar por estas ruas", desabafa um dos moradores da região que não quis se identificar.

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